Portugal vai aumentar quota de reinstalação de refugiados e contribuição financeira para ACNUR

Portugal assumiu hoje oito compromissos durante o Fórum Global de Refugiados, entre os quais um aumento da quota de reinstalação e um reforço da contribuição financeira para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

© D.R.

Os anúncios foram feitos pela secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, durante a sessão plenária do fórum que decorre em Genebra, Suíça, sob a égide das Nações Unidas, e que constitui o maior encontro internacional do mundo sobre refugiados.

Apontando que “as crises humanitárias estão a tornar-se mais complexas e mais longas, devido aos conflitos armados e às consequências devastadoras das alterações climáticas”, a governante defendeu ser necessário continuar a apoiar o trabalho do ACNUR mas, paralelamente, “proceder a uma mudança de paradigma” das políticas públicas, anunciando então que, nesse espírito, Portugal apresenta “oito compromissos” nesta segunda edição do fórum global.

Os compromissos apresentados por Portugal, sem detalhes de valores, são os de aumentar a quota de reinstalação, reforçar os mecanismos de participação da sociedade civil, criar novos centros dedicados à integração dos refugiados no mercado de trabalho, reformar o programa nacional de aprendizagem do português, adaptando-o às necessidades dos refugiados e dos migrantes, agilizar os procedimentos de reagrupamento familiar, implementar projetos de inclusão através do desporto, reforçar a contribuição financeira para o ACNUR e, por fim, contribuir financeiramente para a Plataforma Global para o Ensino Superior em Situações de Emergência.

“Congratulamo-nos igualmente por liderar, com o Brasil, o compromisso multilateral sobre o reagrupamento familiar”, acrescentou a secretária de Estado.

A concluir a sua intervenção, Isabel Almeida Rodrigues sublinhou que, “a nível nacional, Portugal continuará a apoiar cerca de 60 mil pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia e procuraram proteção temporária” em Portugal, “bem como cerca de 1.200 afegãos” que o país acolhe desde 2021.

“A nível internacional, Portugal continuará a apoiar o ACNUR em questões como a inclusão económica, o ensino superior como via complementar, a saúde mental e apoio psicossocial, e a erradicação da apatridia”, finalizou.

A cidade suíça de Genebra acolhe desde quarta-feira, e até sexta-feira, o II Fórum Global de Refugiados, o maior encontro internacional do mundo sobre refugiados, durante o qual são esperados anúncios de compromissos e contribuições, tanto estatais como privados.

As contribuições para o Fórum Global de Refugiados podem assumir muitas formas, desde assistência financeira, material ou técnica, incluindo locais para reinstalação e outras vias de admissão em países terceiros, permitindo que países com melhores recursos partilhem a responsabilidade pelos refugiados, até medidas para apoiar as comunidades de acolhimento, prevenir conflitos e construir a paz. As organizações podem comprometer-se sozinhas ou combinar esforços em grupos.

Criado na sequência da ratificação, em 2018, do Pacto Global para os Refugiados, este fórum, cuja primeira edição teve lugar um ano depois, em 2019, em Genebra, foi concebido para apoiar a aplicação prática dos objetivos estabelecidos no pacto, designadamente aliviar as pressões sobre os países de acolhimento, reforçar a autossuficiência dos refugiados, aumentar o acesso a soluções de países terceiros e melhorar as condições nos países de origem.

 

Últimas do Mundo

Várias pessoas morreram hoje no centro da capital sueca, Estocolmo, atropeladas por um autocarro num incidente que provocou também vários feridos, afirmou a polícia sueca em comunicado.
A liberdade na Internet em Angola e no Brasil continuou sob pressão devido a restrições legais, à repressão à liberdade de expressão e a campanhas para manipular narrativas políticas, segundo um estudo publicado hoje.
Os Estados Unidos adiaram hoje, pela segunda vez, o lançamento de dois satélites que vão estudar a interação entre o vento solar e o campo magnético de Marte, proporcionando informação crucial para futuras viagens tripuladas ao planeta.
Após os ataques em Magdeburgo e Berlim, os icónicos mercados de Natal alemães estão sob alerta máximo. O governo impôs medidas antiterrorismo rigorosas e custos milionários, deixando cidades e organizadores em colapso financeiro.
Um relatório do Ministério do Interior alemão revela que suspeitos sírios estão associados a mais de 135 mil crimes em menos de uma década. A AfD aponta o dedo ao governo de Olaf Scholz e exige deportações imediatas.
O aumento da temperatura global vai ultrapassar o objetivo de 1,5 graus centígrados no máximo numa década em todos os cenários contemplados pela Agência Internacional de Energia (AIE), relatório anual de perspetivas energéticas globais, hoje publicado.
A Ryanair deve abster-se de impedir o embarque de passageiros, com reserva confirmada, que não sejam portadores do cartão digital, bem como de impor taxas pela utilização do cartão físico, determinou a ANAC - Autoridade Nacional de Aviação Civil.
O Governo ucraniano afastou hoje o ministro da Justiça, depois de este ter sido implicado num alegado esquema de cobrança de comissões na empresa nacional de energia atómica, revelado na segunda-feira pela agência anticorrupção do país.
Pelo menos 27 pessoas morreram e 3,6 milhões foram afetadas pela passagem do supertufão Fung-wong nas Filipinas no domingo, informaram hoje as autoridades locais.
As autoridades espanholas intercetaram 18 migrantes em Pilar de la Mola, que tinham alcançado Formentera, ilhas Baleares, na terça-feira à noite a bordo de uma embarcação precária.