O naufrágio de sábado foi a mais recente tragédia nesta parte do mar Mediterrâneo, uma rota perigosa para os migrantes que procuram uma vida melhor na Europa, onde milhares de pessoas já morreram, de acordo com as autoridades.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que a embarcação transportava 86 migrantes quando as fortes ondas a inundaram, ao largo da cidade de Zuwara, na costa ocidental da Líbia, e que 61 migrantes se afogaram, citando sobreviventes do “dramático naufrágio”, de acordo com um comunicado.
“O Mediterrâneo central continua a ser uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo”, escreveu a OIM na rede social X (antigo Twitter).
Nos últimos anos, a Líbia tornou-se o principal ponto de trânsito para os migrantes que fogem da guerra e da pobreza em África e no Médio Oriente e tentam chegar às costas europeias através do Mediterrâneo central.
Mais de 2.250 pessoas morreram nesta rota este ano, de acordo com o porta-voz da OIM, Flavio Di Giacomo.
Trata-se de “um número dramático que demonstra que, infelizmente, não está a ser feito o suficiente para salvar vidas no mar”, escreveu Di Giacomo no X.
Nos últimos anos, os traficantes de seres humanos têm introduzido clandestinamente migrantes através das longas fronteiras da Líbia, partilhadas com seis nações. Os migrantes são amontoados em embarcações mal equipadas, incluindo barcos de borracha, e partem em viagens marítimas arriscadas.
Aqueles que são intercetados e devolvidos à Líbia são mantidos em centros de detenção geridos pelo governo, onde são vítimas de abusos, incluindo trabalhos forçados, espancamentos, violações e tortura, que constituem crimes contra a humanidade, de acordo com a ONU.
Os abusos são frequentemente acompanhados de tentativas de extorquir dinheiro às famílias dos detidos, antes de os migrantes serem autorizados a deixar a Líbia em barcos de traficantes para a Europa.