UE prorroga suspensão dos direitos aduaneiros sobre aço e alumínio dos EUA até 2025

A Comissão Europeia anunciou hoje a prorrogação até 2025, pela União Europeia (UE), da suspensão dos direitos aduaneiros sobre produtos norte-americanos relacionados com o litígio sobre o aço e o alumínio, avaliados em 1,5 mil milhões de euros.

© D.R.

Em comunicado, o executivo comunitário dá então conta da sua decisão de “prorrogar até 31 de março de 2025 a suspensão dos seus direitos aduaneiros de reequilíbrio sobre os produtos dos EUA no contexto do litígio sobre o aço e o alumínio”.

“Inicialmente aplicadas durante a Presidência [norte-americana de Donald] Trump, as tarifas de reequilíbrio da UE sobre as exportações dos Estados Unidos foram uma resposta às tarifas” norte-americanas, recorda hoje a Comissão Europeia, lembrando que essa situação foi invertida e será agora continuada com esta prorrogação em “resultado de um acordo alcançado com os EUA”.

“A UE prorroga a suspensão dos direitos aduaneiros de reequilíbrio em troca da prorrogação pelos EUA da suspensão dos seus direitos aduaneiros para volumes comerciais históricos que se refletem no sistema de contingentes pautais estabelecido em janeiro de 2022. Além disso, os EUA concordaram em prever novas exclusões dos direitos aduaneiros para os exportadores da UE”, afirma ainda instituição.

Estimado está que esta prorrogação permita que os exportadores de aço e alumínio da UE poupem anualmente cerca de 1,5 mil milhões de euros em direitos aduaneiros.

Hoje questionado sobre esta decisão na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, o porta-voz da Comissão Europeia para o Comércio, Olof Gill, explicou que “esta janela temporal foi escolhida para permitir a ambas as partes encontrar uma solução mais permanente para esta questão”.

Em 2019, entraram em vigor no bloco comunitário medidas para salvaguarda das importações de aço, feitas na UE pelos Estados Unidos, após limitações comerciais norte-americanas aos produtos siderúrgicos europeus.

Nessa altura, os países da UE deram então aval à adoção de medidas definitivas para salvaguarda das importações de aço, visando preservar fluxos comerciais tradicionais perante ameaças feitas pelos Estados Unidos.

Já depois do fim da administração de Trump, em março de 2021, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acordaram suspender as pesadas tarifas retaliatórias impostas após ajudas públicas à aviação, classificando este como um “novo começo” entre Bruxelas e Washington.

Na origem destas tarifas está a disputa comercial entre Washington e Bruxelas por causa de ajudas públicas à aviação norte-americana (Boeing) e europeia (Airbus), que já dura há vários anos, e no âmbito da qual a OMC já declarou como culpados tanto os Estados Unidos como a UE.

Últimas de Economia

O Banco Central Europeu (BCE) vai reduzir o prazo da aprovação das recompras de ações dos bancos a partir de janeiro para duas semanas em vez dos atuais três meses, foi hoje anunciado.
A produtividade e o salário médio dos trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal foram 69,6% e 44,2% superiores às dos que laboravam em empresas nacionais em 2024, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
O subsídio de apoio ao cuidador informal deixa de ser considerado rendimento, anunciou hoje o Governo, uma situação que fazia com que alguns cuidadores sofressem cortes noutras prestações sociais, como o abono de família.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter os juros inalterados, como era esperado pelos analistas e mercados, segundo foi hoje anunciado após a reunião de dois dias.
Os títulos de dívida emitidos por entidades residentes somavam 319.583 milhões de euros no final de novembro, mais 1.200 milhões de euros do que no mês anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
A taxa de juro no crédito à habitação encontradau 4,7 pontos para 3,133% entre outubro e novembro, mas nos contratos celebrados nos últimos três meses a taxa levantada pela primeira vez desde abril, segundo o INE.
Sete em cada 10 jovens dizem não conseguir ser financeiramente autónomos e a maioria ganha abaixo do salário médio nacional, segundo um estudo que aponta o custo da habitação como um dos principais entraves à sua emancipação.
O Governo aprovou hoje o aumento do salário mínimo nacional em 50 euros em 2026, de 870 para 920 euros (brutos), anunciou hoje o ministro da Presidência após o Conselho de Ministros.
A Comissão Europeia estima que os preços da habitação em Portugal estejam sobrevalorizados em 25%, sendo esta a percentagem atual mais elevada na União Europeia (UE), sendo também um dos piores países nas variações no poder de compra.
A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira um alívio nas regras de ajudas estatais da União Europeia e limites ao alojamento local para promover acesso à habitação acessível no espaço comunitário, sendo Lisboa uma das cidades comunitárias mais pressionadas.