Austrália investiga perda de documentos classificados sobre guerra do Iraque

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou hoje uma investigação independente à perda de 78 documentos oficiais sobre a participação do país na guerra do Iraque, que deveriam ter sido desclassificados a 01 de janeiro.

© Facebook de Anthony Albanese

 

“Os australianos têm o direito de saber em que se baseou a Austrália para se juntar à guerra no Iraque”, disse o líder trabalhista, numa conferência de imprensa, insistindo que os seus compatriotas “têm o direito de saber qual foi o processo de tomada de decisão”.

Na segunda-feira, cerca de 240 registos confidenciais, incluindo documentos sobre a decisão do então primeiro-ministro John Howard (1996-2007) de enviar soldados australianos para a guerra do Iraque, foram desclassificados como parte de um procedimento oficial.

No entanto, entre eles não estavam 78 documentos que deveriam ter sido entregues ao Arquivo Nacional da Austrália há três anos, pelo anterior governo liberal de Scott Morrison (2018-2022).

Isto porque os 78 documentos, fundamentais para a decisão tomada por John Howard em 18 de março de 2003 – horas antes do início da invasão do Iraque – só foram encontrados em 19 de dezembro, após a deteção de um “aparente erro administrativo”.

Após a descoberta, estes 78 documentos, que incluem decisões tomadas pelo Comité de Segurança Nacional australiano, serão verificados e, se for determinado que não ameaçam a segurança nacional, serão publicados numa data ainda a determinar.

“Não há razão para que esta documentação, com a exceção de colocar pessoas em perigo, não seja publicada de forma transparente”, sublinhou Albanese.

A investigação procurará determinar porque é que o executivo de Scott Morrison não entregou estes documentos e será liderada pelo antigo chefe da agência australiana inteligência, Dennis Richardson, que deverá entregar um relatório dentro de duas semanas.

A participação da Austrália na invasão do Iraque em 2003 ocorreu em virtude do apoio que o Governo de John Howard deu aos seus aliados: o então Presidente dos EUA, George W. Bush; e o primeiro-ministro do Reino Unido naquela altura, Tony Blair.

A coligação liderada por Washington justificou a invasão com o argumento de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, um arsenal que nunca foi encontrado porque, de acordo com inspetores da ONU, tinham sido destruídas uma década antes.

A Austrália mobilizou aeronaves e navios de guerra, bem como cerca de dois mil soldados durante a guerra no Iraque, que matou cerca de 200 mil civis.

Últimas do Mundo

A Comissão Europeia decidiu hoje aplicar uma multa de 500 milhões de euros à ‘gigante’ tecnológica Apple e de 200 milhões de euros à Meta por violação da Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla inglesa).
O número de pessoas que morreram desde o início da época das chuvas em Moçambique subiu para 313, um período marcado por três ciclones que afetaram quase 1,9 milhões de pessoas, segundo nova atualização do Governo.
As cerimónia fúnebres do Papa Francisco vão realizar-se no sábado de manhã às 10:00 locais (09:00 em Lisboa) na Praça de São Pedro, anunciou hoje o Vaticano.
O funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês, anunciou hoje o Vaticano após a morte do pontífice.
A Rússia retomou hoje os ataques aéreos de longo alcance contra a Ucrânia, após uma breve pausa no domingo devido à trégua declarada pelo Kremlin para a Páscoa, de acordo com fonte militar da Ucrânia.
O Presidente salvadorenho propôs uma troca de prisioneiros com a Venezuela, sugerindo entregar venezuelanos deportados dos EUA, detidos em El Salvador, recebendo “presos políticos” na Venezuela, incluindo de nacionalidade portuguesa.
O papa Francisco morreu hoje, anunciou hoje o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell.
O Presidente dos Estados Unidos disse hoje esperar um acordo “durante a semana” entre a Rússia e a Ucrânia, numa breve mensagem difundida na sua rede social, Truth.
O Exército israelita reconheceu “mal-entendidos operacionais” e “erros” nas mortes de 15 socorristas, na sequência de um ataque a ambulâncias no sul da Faixa de Gaza, devido a “má visibilidade” e anunciou a demissão de um oficial.
Caças britânicos intercetaram aeronaves russas que voavam junto do espaço aéreo da NATO nos últimos dias, anunciou hoje o Ministério da Defesa britânico em comunicado.