CHEGA chama Medina para esclarecer se houve mais negócios como o dos CTT

O líder do CHEGA quer ouvir o ministro das Finanças no parlamento para apurar se o Estado, à semelhança do que fez com os CTT, comprou ações de outras empresas com o objetivo de "satisfazer o BE e o PCP".

© Folha Nacional

“Hoje temos a severa suspeita de que negócios como este dos CTT podem ter existido muitos outros sem que nós saibamos e, por isso, o país tem o direito de saber se, como forma de negociar politicamente, o PS começou a colocar dinheiro em empresas públicas para satisfazer o BE e o PCP”, afirmou André Ventura aos jornalistas.

À entrada para um encontro com empresários em Lisboa, o presidente do Chega adiantou que vai pedir a presença de Fernando Medina na Assembleia da República, ainda antes de ser dissolvida e, se necessário, de forma obrigatória, para que o ministro esclareça “que não houve outros negócios como este no âmbito da intervenção do Estado nos últimos anos”.

“Isso pode ser apenas a primeira pedra de muita coisa escondida que o Governo socialista andou a fazer”, referiu André Ventura, que na quarta-feira já tinha anunciado que iria avançar com um debate potestativo (obrigatório) e com um pedido de audição do secretário-geral e deputado do PS, Pedro Nuno Santos, e da ex-líder do BE, Catarina Martins, sobre a compra de ações dos CTT por parte da Parpública.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro afirmou que a compra de ações dos CTT pelo Estado, decidida pelo anterior Governo, foi feita “por cautela”, para assegurar a prossecução da operação do serviço público, antes da renovação da concessão.

Segundo António Costa, a aquisição das ações foi feita “entre agosto e outubro de 2021”, mas acabou por se ficar nos 0,24%, uma “posição absolutamente residual” na empresa.

Para André Ventura, apesar destas explicações do chefe do executivo, ficou por saber por que razão o Estado gastou dinheiro a comprar ações que “não iam gerar nenhum controlo público, nem nenhum controlo de gestão” do CTT.

“Se isso não é negociação política, eu não sei o que seja negociação política”, referiu o líder do CHEGA, ao considerar que o “mais grave” foi os relatórios não mencionarem a aquisição das ações em causa pela Parpública.

“Podemos estar perante uma tentativa de ter ocultado informação à opinião pública, de ter sonegado informação, como moeda de troca de uma negociação entre partidos”, considerou.

“Foi só nos CTT ou houve mais empresas onde isso aconteceu? Nós queremos um relatório completo com esses investimentos para que o parlamento, ainda antes da dissolução, possa fazer esta análise”, disse.

A compra de ações dos CTT pela Parpública por decisão do anterior Governo foi noticiada na terça-feira pelo Jornal Económico.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.