André Ventura ataca AD por admitir viabilizar eventual Governo do PS

O presidente do CHEGA, André Ventura, criticou hoje a Aliança Democrática (AD) por admitir viabilizar um eventual Governo minoritário do PS com uma maioria de direita no parlamento, apontando um "sentimento de revolta" entre PSD, CDS e IL.

© Folha Nacional

“A AD assume que viabilizará um Governo PS, mesmo que haja uma maioria CHEGA, PSD e IL no parlamento. Este facto motivou nas últimas semanas um enorme sentimento de revolta em muitas hostes de PSD, IL e CDS”, afirmou o líder do partido de direita radical, em alusão a uma declaração do presidente do CDS, Nuno Melo, nesse sentido.

Numa conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Lisboa, André Ventura defendeu, por isso, ser “absolutamente compreensível” que elementos anteriormente ligados a estes partidos estejam a aproximar-se do CHEGA, com alguns, como o ex-social-democrata Maló de Abreu — descrito como “um histórico” do PSD – a encabeçar listas do CHEGA para as eleições legislativas de 10 de março.

“Ao CHEGA já pouco surpreendem os responsáveis da AD. Foi dito e é natural que uma grande franja de homens e mulheres destes partidos se sintam desiludidos, incapazes de construir alternativa ao PS e frustrados com um sentimento ‘de bengala’ que a AD diz querer ser em relação ao PS”, frisou.

Salientando a existência de uma desilusão de elementos de outros partidos de direita com “um clima de permanente anuência ao PS e um clima de incapacidade carismática”, Ventura abriu-lhes as portas do CHEGA ao recusar “em circunstância alguma” uma viabilização de um Governo minoritário socialista, criticando também a ausência de um convite a Passos Coelho para a convenção da AD este domingo.

“O não convite a Passos Coelho para uma convenção fundamental na escolha do futuro programa eleitoral é a prova de que esta direita está mais preocupada com ajustes de conta internos, com egos que mais não são do que medos de sombras permanentemente existentes, do que em criar uma alternativa ao socialismo”, vincou.

O presidente do CHEGA usou a mais recente polémica em torno da TAP e do contrato com a antiga presidente executiva Christine Ourmières-Widener para apontar um contraste entre os partidos de esquerda e os partidos de direita.

“Enquanto esta direita se perde a tentar negar o seu passado, a atacar os seus anteriores lideres, a fazer purgas nas bancadas parlamentares e a afastar dirigentes, a esquerda protege-se”, indicou, criticando os outros partidos do seu espetro político: “Perdemos tempo com ajustes de contas, cercas sanitárias e linhas vermelhas. É incompreensível que, a 50 dias das eleições, haja um grupo de partidos que disputa o espaço da direita que se diz disposto a viabilizar um Governo do Partido Socialista”.

André Ventura garantiu que o CHEGA “não cederá na sua imagem e no seu ADN” e que está pronto para acolher “todos os que estiverem disponíveis para fazerem a verdadeira alternativa ao PS”, comprometendo-se a fechar as listas do partido na próxima semana. Acrescentou ainda que a mensagem de viabilização de um Governo minoritário do PS pela AD “multiplicou por 10” os contactos de elementos desses partidos para uma aproximação ao CHEGA.

“Se eu estivesse num partido a concorrer para ser primeiro-ministro e o meu co-concorrente dissesse que vai viabilizar um Governo do PS, a primeira coisa que eu faria era sair. Saindo, descredibiliza o PSD”, indicou, lembrando que CHEGA e IL surgiram “porque o PSD não fez o seu trabalho” e apresentando o seu próprio exemplo: “Que tipo de pessoa seria eu se impedisse que antigos companheiros meus de partido viessem agora para o CHEGA?”.

Últimas de Política Nacional

A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.
André Ventura deixou claro que não está disposto a ceder no que entende serem valores essenciais, assegurando que não prescinde do seu direito à liberdade de expressão nem aceita qualquer imposição que limite a sua voz política.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje solicitar à Comissão de Transparência a abertura de um inquérito por "eventuais irregularidades graves praticadas" pela deputada do BE Mariana Mortágua por um gesto dirigido a Paulo Núncio.
André Ventura enfrenta hoje a Justiça por causa de cartazes de campanha que defenderam que 'Os ciganos têm de cumprir a lei'. O líder do CHEGA responde em tribunal num processo que volta a colocar frente a frente liberdade de expressão, discurso político e os limites da lei.
Enquanto a Polícia Judiciária o detinha por suspeitas de centenas de crimes de pornografia de menores e abusos sexuais de crianças, o nome de Paulo Abreu dos Santos constava, não num processo disciplinar, mas num louvor publicado no Diário da República, assinado pela então ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.
O líder do CHEGA e candidato presidencial, André Ventura, disse esperar que o Tribunal Constitucional perceba que o “povo quer mudança” e valide a lei da nacionalidade, alegando que é baseada num “consenso nacional”.
O tenente-coronel Tinoco de Faria, que abandonou a sua candidatura a Belém e declarou apoio a André Ventura, passa agora a assumir um papel central na campanha do líder do CHEGA, como mandatário nacional.
Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.