O Contraste entre Investimentos na Zona Ribeirinha e o centro Histórico de Rio Maior

Rio Maior, uma pitoresca cidade portuguesa, tem sido palco de significativos investimentos na requalificação de sua Área de Reabilitação Urbana, destacando-se a “zona ribeirinha”. No entanto, enquanto essa área experimenta uma transformação revitalizante, o centro da cidade, a poucos metros da sede da Câmara Municipal, permanece maioritariamente ao abandono, enfrentando a diminuição de residentes e comércio local.

Conforme relatos disponíveis no website do Município, mais de 2 milhões de euros foram alocados para a requalificação da “Zona Ribeirinha” e Villa Romana. Este montante inclui a reforma da “Antiga Moagem Maria Celeste”, também localizada na mencionada área ribeirinha. A reabilitação deste edifício, avaliada em 2.347.913,44 de euros (excluindo a aquisição do edifício), é maioritariamente financiada por fundos do programa Comunitário Portugal 2020.

No entanto, a obra, programada para ser entregue em 2022, encontra-se atualmente paralisada devido a atrasos contínuos, levando a Câmara Municipal a retirar o projeto ao empreiteiro responsável. Além disso, devido a esses atrasos, o município perdeu o acesso aos fundos comunitários do Portugal 2020 para poder concluir a obra, obrigando-o a aguardar a renovação do pacote de financiamento e a submeter uma nova recandidatura, se tais fundos forem de novo lançados. 

Entre os obstáculos enfrentados, como atrasos, adiantamentos ao empreiteiro e alterações no projeto, a Câmara Municipal ainda não conseguiu informar os riomaiorenses sobre o custo total da obra até o momento. Além disso, os residentes desconhecem a finalidade concreta dessa empreitada, já que além da informação de requalificação, poucas pistas são fornecidas sobre seu uso futuro. Será que, após a conclusão, ela servirá apenas para criar empregos na manutenção deste vasto edifício?

Enquanto milhões são despendidos nestas obras específicas, a zona histórica de Rio Maior continua a clamar por mais investimentos. A comunidade anseia por uma atenção semelhante, questionando a prioridade dada à zona ribeirinha em detrimento do coração histórico da cidade.

Os riomaiorenses merecem transparência quanto aos gastos públicos e uma visão clara do desenvolvimento futuro de sua cidade. A discrepância entre os investimentos em diferentes áreas ressalta a necessidade de uma gestão mais equitativa e eficiente dos recursos municipais, para garantir que o progresso beneficie a cidade como um todo.

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