Portugal não acompanha registos de ‘interesses’ de altos responsáveis

O relatório da OCDE sobre corrupção aponta falhas a Portugal no acompanhamento dos registos de interesses dos altos responsáveis do Estado, atrasos na apresentação de contas dos partidos políticos e no financiamento partidário por donativos anónimos.

© DR

“Embora 98% dos deputados tenham apresentado declarações de interesses nos últimos cinco anos, Portugal não acompanha a divulgação de interesses a ministros, funcionários públicos de alto nível e juízes de alto nível”, lê-se no relatório anticorrupção da OCDE.

A OCDE diz que Portugal define as circunstâncias e relações que podem levar a situações de conflito de interesses para funcionários públicos, bem como responsabilidades institucionais, conformidade e procedimentos de verificação para declarações de interesses, mas “não promove o acompanhamento desses interesses”.

Quanto ao financiamento dos partidos políticos, o relatório refere que Portugal proíbe contribuições de estados estrangeiros, empresas estrangeiras e empresas públicas, mas que as doações anónimas são permitidas dentro de um determinado limite.

Segundo o documento, todos os partidos políticos apresentaram contas relacionadas com as eleições dentro dos prazos definidos pela lei para os dois últimos ciclos eleitorais.

“Contudo, nem todos os partidos políticos apresentaram contas anuais dentro dos prazos definidos pela legislação nacional durante os últimos cinco anos”, destaca.

Em comparação com os padrões da OCDE sobre informação pública, que incluem o acesso à informação e aos dados abertos, o relatório refere que Portugal cumpre 89% dos critérios em matéria de regulamentação e 65% na prática, em comparação com a média da OCDE de 67% e 62%, respetivamente.

Em matéria de auditoria de risco de corrupção, a OCDE diz que “embora os regulamentos para a implementação do controlo interno sejam aplicáveis a todas as instituições governamentais, não existem definições estabelecidas de auditoria interna e controlo interno que sejam aplicáveis em todas as instituições governamentais”.

O documento refere também que, apesar de todas as organizações serem abrangidas pela auditoria interna, apenas 39% foram auditadas nos últimos cinco anos e adotaram 84% das recomendações de auditoria interna, “mas apenas implementaram 56%”.

A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024 contém objetivos estratégicos para mitigar os riscos de integridade na gestão de recursos humanos, gestão financeira pública, controlo interno e gestão de riscos, contratos públicos, setor privado, e para reduzir a fraude no setor público.

Mas a OCDE destaca que, embora a estratégia inclua indicadores ao nível dos resultados para os objetivos de integridade pública, não estabelece valores-alvo para estes indicadores e não inclui a identificação dos riscos existentes para a integridade pública.

Embora a estratégia tenha em vigor um plano de ação disponível ao público, que inclui objetivos com indicadores específicos ao nível dos resultados, metas de base e uma lista de atividades, a OCDE critica não existir “nenhum relatório de monitorização” sobre este plano de ação.

 

Últimas de Política Nacional

A manifestação do CHEGA contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou hoje centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje uma proposta do CHEGA que contempla o reforço dos meios técnicos para a proteção dos cabos submarinos de telecomunicações.
Para André Ventura, o “PS e PSD estão mais preocupados em aumentar os salários dos políticos do que subir as pensões dos portugueses”, frisando que se trata de um “Orçamento do bloco central”.
O prazo para a submissão de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) terminou na passada sexta-feira, com o CHEGA a apresentar 620 - o maior número de propostas.
“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Governo está a adotar medidas redundantes e a fazer uma "fuga para a frente" para responder à crise no INEM, considerando que as soluções apresentadas não trazem "nada de novo".
Bárbara Fernandes exigiu também a “suspensão imediata do responsável máximo do Departamento de Urbanismo.”
O CHEGA vai abster-se na votação da proposta do PS para aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei, permitindo a sua aprovação se os partidos da esquerda votarem a favor.
O Governo anunciou que o saldo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2025 ia ser positivo, mas fez mal as contas. Após uma revisão das projeções, o executivo admitiu que o SNS vai, afinal, apresentar um défice no próximo ano, num valor que ultrapassa os 217 milhões de euro
O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.