Netanyahu garante que já há data para invasão de Rafah no sul de Gaza

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que já há uma data para a invasão de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinianos procuram refúgio após o início da guerra contra o Hamas.

© Facebook Israel Reports

Numa mensagem de vídeo, Netanyahu explicou que recebeu informações pormenorizadas sobre o progresso das negociações indiretas entre Israel e o grupo islamita Hamas que decorrem no Cairo para chegar a um acordo de cessar-fogo e à libertação dos reféns israelitas na Faixa de Gaza.

Para o primeiro-ministro israelita, a vitória sobre o Hamas “requer entrar em Rafah e eliminar os batalhões terroristas”, garantindo que esse cenário acabará por acontecer e que já há uma data para a operação.

Estas declarações de Netanyahu são uma resposta às críticas dos aliados de extrema-direita do seu Governo, Ben Gvir e Bezalel Smotrich, que nas últimas horas divulgaram mensagem de alerta sobre as notícias de retirada de tropas do sul de Gaza.

“Se Netanyahu decidir acabar com a guerra sem um ataque abrangente a Rafah, não terá o mandato para servir como primeiro-ministro”, avisou Ben Gvir, líder do partido Poder Judaico e ministro da Segurança Nacional.

Já depois das declarações de Netanyahu, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, reiterou a oposição dos Estados Unidos a qualquer grande operação israelita em Rafah.

“Deixamos claro a Israel que acreditamos que uma invasão militar maciça de Rafah teria um efeito extremamente prejudicial sobre estes civis e acabaria por prejudicar a segurança de Israel”, disse aos jornalistas Miller em Washington.

Entretanto, uma fonte do Hamas confirmou que o grupo recebeu uma proposta de acordo que inclui o regresso dos deslocados a Gaza, não às suas casas, mas sim aos campos de refugiados.

“Acreditamos que a ocupação está a tentar ganhar tempo fingindo que está a fazer ofertas sérias”, disse a fonte, que sublinhou que o Hamas não aceitará qualquer acordo que não contemple um cessar-fogo que leve ao fim da guerra, permitindo o regresso dos deslocados às suas casas e a retirada total das forças israelitas, além de um aumento substancial da ajuda humanitária.

Entretanto, a Turquia anunciou hoje que Israel bloqueou o pedido das autoridades turcas de permitir a largada aérea de pacotes de ajuda humanitária em Gaza e anunciou que decidiu responder com “uma série de novas medidas” contra esse país.

Tal como outros países, a Força Aérea Turca queria participar numa operação de ajuda humanitária com os seus aviões de carga.

“Hoje soubemos que o nosso pedido, que foi bem recebido pelas autoridades da Jordânia, foi rejeitado por Israel. Não há desculpa para Israel bloquear a nossa tentativa de lançar ajuda de pára-quedas aos famintos de Gaza”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, dizendo que, por isso, Ancara decidiu “tomar uma série de novas medidas contra Israel”.

Fidan também disse que a retaliação aprovada pelo Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, um fervoroso defensor da causa palestiniana, será implementada “passo a passo” e “sem qualquer demora”.

Erdogan tornou-se um dos principais críticos da guerra de Israel em Gaza, classificando Israel como um “Estado terrorista” e comparando o seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Adolf Hitler.

Últimas do Mundo

Um homem foi morto de madrugada num novo tiroteio ligado ao tráfico de droga no município de Anderlecht, em Bruxelas, na Bélgica, disse o presidente da câmara local, Fabrice Cumps, à rádio pública RTBF.
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas realiza hoje uma reunião de emergência para analisar a crise no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) e o seu impacto nos direitos humanos.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu hoje um novo sistema de controlo de tráfego aéreo, numa resposta à colisão entre um avião e um helicóptero em Washington, na semana passada, que matou 67 pessoas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou hoje que as negociações com o Governo da Argentina para um novo programa de assistência prosseguem "de forma construtiva e frequente".
Uma nova série de terramotos atingiu a ilha grega de Santorini entre a noite de quarta-feira e hoje, um deles com magnitude superior a 5,0 na escala de Richter, disseram as autoridades locais.
Várias armas foram encontradas no centro de educação para adultos em Örebro, no centro da Suécia, onde um homem matou 10 pessoas na terça-feira, disse hoje um porta-voz da polícia à agência de notícias France Presse (AFP).
Um novo tiroteio ligado ao tráfico de droga, esta madrugada, em Bruxelas, elevou para três os eventos com armas de fogo em 24 horas na capital europeia, disse esta quinta-feira o Ministério Público do país.
Cinco reféns libertadas pelo movimento islamita palestiniano Hamas no âmbito do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza saíram hoje do hospital, após receberem alta médica.
A Venezuela tem 54 cidadãos estrangeiros detidos por motivos políticos, entre eles três cidadãos portugueses com dupla nacionalidade, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Foro Penal (FP).
A Casa Branca assegurou hoje que o grupo de migrantes que foi enviado na véspera para a base naval de Guantánamo, em Cuba, é composto por alegados "membros" do grupo criminoso venezuelano 'Tren de Arágua'.