Objetivo de colocar a dívida num patamar abaixo dos 100% do PIB foi político

O objetivo de colocar o rácio da dívida pública numa valor inferior a 100% do PIB foi político, afirmou hoje o ex-ministro Fernando Medina, apontando o impacto deste objetivo na capacidade de financiamento do país e da economia.

© Folha Nacional

“A determinação de ter uma dívida abaixo de 100% foi claramente um objetivo político, que reputo da maior importância”, afirmou Fernando Medina que está hoje a ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública sobre a redução da dívida pública em 2023, após a Unidade Técnica de Apoio Orçamental ter considerado que a descida foi “artificial”.

Respondendo a questões da líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, o ex-ministro das Finanças salientou que foi a concretização deste objetivo que permitiu retirar Portugal da lista de países europeus mais endividados, tendo impacto positivo no ‘rating’ e nas condições de endividamento, além de proteger o país face a condições mais adversas.

Mariana Mortágua lamentou que a aposta na concretização deste objetivo político de redução da dívida tivesse desviado o foco do reforço das remunerações dos funcionários públicos e na resposta a reivindicações como a recuperação do tempo integral dos professores, notando a mudança de posição do PS nesta matéria.

Um reparo que também foi feito pela líder da bancada do PCP, Paula Santos, que defendeu que a redução da dívida deve ser feita com crescimento económico e não desviando recursos.

Fernando Medina referiu, contudo, que não mudou de posição, lembrando que o Governo de que fez parte tinha um entendimento de que apenas podia haver recuperação do tempo de congelamento do período da ‘troika’ se houvesse capacidade para o fazer a totalidade dos trabalhadores. “E para essa totalidade não havia capacidade e não há”, afirmou.

Neste contexto, precisou, a sua posição não mudou: “As nossas posições não deixaram de ser o que são. O que mudou é que quem lidera o PS tem uma opinião diferente”, disse, lembrando que essa diferença é claramente assumida e que a apoia.

Últimas de Economia

Os viticultores do Alentejo registam uma quebra média de 30% da produção de uva, em alguns casos até de 40%, na época de vindimas deste ano, face a 2024, revelou hoje a associação técnica do setor.
A circulação nas quatro linhas do Metropolitano de Lisboa teve já início hoje de manhã, depois de o serviço não ter arrancado à hora habitual, às 06:30, devido à greve parcial de trabalhadores.
As exportações de bens recuaram 11,3% e as importações aumentaram 2,8% em julho, em termos homólogos, acumulando uma subida de 0,7% e 6,3% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
Os professores portugueses têm salários mais elevados do que a média dos trabalhadores com formação superior, mas perderam poder de compra na última década, segundo um relatório da OCDE divulgado hoje.
A circulação do metro de Lisboa está hoje de manhã suspensa e as estações estão encerradas devido à greve dos trabalhadores, prevendo-se a reabertura às 10:30, segundo a página da empresa na Internet.
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) apelou hoje a um orçamento da União Europeia (UE) "mais simples e mais inteligente" por atualmente ser difícil mobilizar verbas para circunstâncias imprevistas e emergências, como desastres ou guerra.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em julho, em termos homólogos, 0,9 pontos percentuais acima de junho, tendo a mão-de-obra subido 8,9% e os materiais 1,5%, divulgou hoje o INE.
A indústria do calçado nacional antecipa que este será um ano de consolidação nos mercados internacionais, apesar da instabilidade, com o setor a exportar 90% da sua produção.
O Banco de Portugal (BdP) desconhece quanto é que os bancos venderam em empréstimos à habitação desde 2017, em operações de cessão de crédito, a entidades exteriores não supervisionadas pelo banco central.
O índice mundial de preços dos alimentos registou em agosto um aumento de 6,9% face ao mesmo mês do 2024, informou hoje a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).