EUA “só podem estar em segurança” se a Ásia for um lugar seguro

O secretário da Defesa norte-americano declarou hoje em Singapura que os EUA “só podem estar em segurança se a Ásia estiver em segurança” e que a região da Ásia-Pacífico continua a ser “uma prioridade” para Washington.

Facebook / LIoyd Austin

 

Lloyd Austin falava em Singapura, um dia depois do encontro com o homólogo chinês, Dong Jun, à margem do Diálogo de Segurança de Shangri-La, que decorre até domingo na cidade-Estado asiática.

“Os Estados Unidos só podem estar em segurança se a Ásia estiver em segurança e é por isso que os Estados Unidos mantêm há muito a sua presença nesta região”, afirmou Austin no fórum anual de Defesa.

Apesar dos conflitos na Europa e no Médio Oriente, o Indo-Pacífico continua a ser o “teatro de operações prioritário” para os Estados Unidos, acrescentou.

Os Estados Unidos estão a tentar reforçar as alianças e parcerias na região Ásia-Pacífico, em especial com as Filipinas, para contrariar o crescente poder e influência militar da China, escreveu a agência de notícias France-Presse (AFP).

Lloyd Austin anunciou na sexta-feira que os Estados Unidos e a China vão retomar as comunicações telefónicas militares “nos próximos meses”.

O responsável reafirmou o anúncio feito pelos presidentes norte-americano e chinês em novembro de 2023, “de que os dois lados retomariam as conversas telefónicas ao nível de comando nos próximos meses”, lê-se num comunicado do Pentágono.

Pequim suspendeu as conversações militares com Washington no final de 2022, em resposta a uma visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes.

Austin também saudou planos de convocar um grupo de trabalho de comunicação de crise com a China até ao final do ano, segundo o comunicado do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, citado pela AFP.

O encontro entre Lloyd Austin e Dong Jun, em Singapura, foi o primeiro entre os dois responsáveis pela defesa dos Estados Unidos e da China desde novembro de 2022, e o primeiro entre ambos.

O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, descreveu as conversações como “positivas, práticas e construtivas”.

Wu alertou para o facto de não ser possível Pequim e Washington resolverem todas as questões bilaterais numa única reunião.

O Diálogo de Shangri-La, que reúne chefes da defesa de todo o mundo, tornou-se um barómetro das relações sino-americanas nos últimos anos, segundo a AFP.

O encontro realiza-se uma semana depois de grandes manobras militares da China, durante as quais navios de guerra e caças chineses cercaram Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim.

A ilha é apoiada militarmente pelos Estados Unidos, que se opõem a qualquer alteração do seu estatuto pela força, sem apelarem à independência de Taiwan.

As rivalidades no mar do Sul da China, que é largamente reivindicado por Pequim, também deverão ser o pano de fundo do fórum.

Pequim vê com maus olhos o reforço dos laços de defesa de Washington na região Ásia-Pacífico, nomeadamente com as Filipinas, e o envio regular de navios de guerra e aviões de combate para o Estreito de Taiwan e para o Mar do Sul da China.

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