Imigração? Esquerda critica CHEGA e PSD pede integração “plena”

PS, BE e PCP criticaram hoje as propostas do CHEGA para a imigração, acusando o partido de querer "ilegalizar seres humanos" ou mentir no parlamento, tendo o PSD defendido uma "integração plena e justa".

© Folha Nacional

O CHEGA agendou para hoje no parlamento um debate sobre imigração e apresentou propostas para a introdução de quotas, limitar o acesso a apoios sociais a imigrantes que estejam em Portugal há mais de cinco anos, facilitar o regresso voluntário de cidadãos estrangeiros aos países de origem, subordinar a atribuição de autorização de residência a quem tenha contrato de trabalho, limitar o número de pessoas por habitação e, ainda, a suspensão da emissão de autorizações de residência enquanto os pedidos pendentes não estejam resolvidos.

A deputada Cristina Rodrigues considerou que estas propostas “são realistas, necessárias e visam o bem-estar dos portugueses”, querendo também “proteger os cidadãos estrangeiros”, e salientou que o CHEGA propõe uma “política de imigração responsável”.

Pelo PSD, a deputada Clara de Sousa Alves salientou que o Governo apresentou no início do mês um Plano de Ação para as Migrações e tem “um compromisso firme com a recessão e o tratamento digno de imigrantes, reconhecendo que não só enriquece a cultura como é vital para o crescimento económico e a sustentabilidade demográfica”, lembrando que “em 2022 as contribuições dos imigrantes para a Segurança Social atingiram o valor mais elevado de sempre, com saldo positivo de 1.604 milhões de euros”.

“Os imigrantes não são fardo, mas são uma oportunidade para fortalecer o país, e o PSD está empenhado em garantir políticas de imigração que promovam integração plena e justa respeitando os direitos de todos”, defendeu, questionando se o CHEGA está disponível para baixar este projeto de lei a comissão sem votação.

Pelo CDS-PP, o deputado João Almeida acusou o anterior governo do PS de “abrir completamente as portas, não ter qualquer rigor nas fronteiras e sujeitar quem vem a humilhações”, defendendo que “não é digno um país que diz que entra quem quer e depois tratar as pessoas abaixo de cão”.

O centrista considerou que algumas propostas do CHEGA “podem contribuir para estas soluções” e desafiou também o partido a baixar as iniciativas sem votação, privilegiando “o diálogo em vez de fazer um número político-partidário”.

Na resposta Cristina Rodrigues disse que o CHEGA manifestou “toda a disponibilidade para fazer alterações e tentar encontrar um consenso”, mas disse não “ver razão para fazer um requerimento de baixa à comissão”.

Por sua vez, o líder do CHEGA acusou a esquerda de criar “um país de bandalheira, que deu aos traficantes, quer de homens e mulheres quer de droga, que deu aos violadores, que deu aos pedófilos, que deu a todos um abrigo seguro”.

André Ventura recusou a inconstitucionalidade das propostas, indicou que já existem países com quotas, e recusou “que se compare qualquer imigrante que chegue a este país com os valentes homens e mulheres que saíram de Portugal”.

Pelo PS, a deputada Isabel Moreira afirmou que as propostas do CHEGA “ilegalizam seres humanos, potenciam a exploração e divisão entre as pessoas”, sendo “anti-imigração”, e questionou “o que teria sido a emigração [portuguesa] se tivessem feito isto”, considerando que a intenção de limitar o acesso a apoios sociais é “cruel e inconstitucional”.

António Filipe, do PCP, apontou que o CHEGA “tem um discurso que se nega a si próprio”, tratando os imigrantes que escolhem Portugal para trabalhar “como se fossem uma praga do Egito”, mas sendo favorável aos “estrangeiros se forem ricos”.

“O que quer é um país de portas fechadas para a imigração legal, mesmo sabendo que isso escancara as portas para a imigração ilegal”, criticou, acusando o CHEGA de querer “virar pessoas contra pessoas com base no medo, no preconceito e na xenofobia”.

O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, partido que também levou propostas a debate, acusou o CHEGA de “voltar à carga com as mentiras” e afirmou que “a realidade atrapalha os argumentos”, defendendo que “Portugal não tem imigrantes a mais, Portugal precisa de mais imigrantes porque são essenciais a economia, são essenciais ao modelo social e à sustentabilidade da Segurança Social”.

O BE e o PS falaram também no imigrante que abordou André Ventura durante a campanha para as eleições europeias, o que provocou uma reação da bancada do CHEGA.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA afirmou hoje que Gouveia e Melo protagoniza cada vez mais as causas do PS, sobretudo por ter Mário Soares como modelo presidencial, e apostou que o ex-primeiro-ministro António Costa vai votar no almirante.
O CHEGA obteve em Lisboa 26.755 votos, mais três do que a CDU, confirmando a distribuição de mandatos de dois vereados para o CHEGA e um para a coligação, segundo a assembleia de apuramento geral.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a Europa e o mundo "orientam-se para a direita" e defendeu que os partidos da sua família política são os "baluartes da defesa da liberdade".
O projeto de lei do CHEGA que pretende proibir a ocultação do rosto em espaços públicos foi aprovado hoje no Parlamento.
O deputado Rui Cristina foi eleito, no último domingo, Presidente da Câmara Municipal de Albufeira pelo CHEGA. A sua eleição marca uma mudança importante na política local que era dominada, há décadas, por outras forças políticas. Rui Cristina renunciará ao mandato de deputado e tomará posse como presidente da câmara nas próximas semanas, assumindo o compromisso de uma gestão próxima da população, com foco na segurança, no turismo e na valorização da identidade local.
André Ventura assume candidatura presidencial como missão e critica imigração descontrolada e sobrecarga no SNS, defendendo que só o CHEGA pode "pôr ordem no país".
Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM decidiram hoje ouvir dois familiares das vítimas mortais associadas a atrasos no atendimento durante a greve do ano passado.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Presidente da República quer atrasar a entrada em vigor da Lei de Estrangeiros por não concordar com as alterações a esta legislação.
O presidente do CHEGA, André Ventura, acusou hoje o PS de ser um “partido vendido”, depois de os socialistas anunciarem que irão abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026 e assim permitir a sua aprovação.
O Governo desconhece, não utiliza e não sabe onde está a aplicação 'Tagline' — uma plataforma de comunicação interna financiada com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que custou 1,6 milhões de euros.