Sheinbaum garantiu no sábado que já está a analisar, em conjunto com o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, as despesas necessárias para dar continuidade ao comboio, que liga os cinco estados do sul do México.
“Além dos passageiros, vai ser um projeto de carga, precisamente as questões que estamos a ver este fim de semana de quanto orçamento é necessário para o próximo ano para avançar no comboio de carga”, disse a futura chefe de Estado, no estado de Yucatán.
Além disso, Sheinbaum disse na rede social X (antigo Twitter) que está a analisar a proposta do próximo governador de Yucatán, Joaquín Díaz, de alargar o serviço de passageiros do comboio a Puerto Progreso.
“Também falámos do ‘Tren Maya’ na segunda fase da transformação, o que significará consolidar o comboio de passageiros e expandi-lo como comboio de mercadorias”, acrescentou a Presidente eleita.
O comboio turístico deverá ter uma extensão de mais de 1.500 quilómetros e atravessar a região conhecida como Rivieira Maya, que atrai milhões de visitantes todos os anos.
Além de processos judiciais, a construção do “Tren Maya” tem também sido atrasada devido a alterações ao percurso e à descoberta de vestígios arqueológicos, de poços subterrâneos de água doce e de rios subaquáticos.
Em maio de 2022, um juiz suspendeu o projeto, na sequência de vários recursos de organizações não-governamentais, que acusaram a ligação de violar normas ambientais.
Os trabalhos foram retomados em 13 de julho de 2022, depois de López Obrador ter classificado os grandes projetos de infraestruturas públicas como questões de “segurança nacional”.
Em 11 de maio de 2023, o Supremo Tribunal de Justiça mexicano declarou inconstitucional a decisão do Presidente, por violar o direito dos cidadãos à informação sobre os projetos.
Mas horas mais tarde, o Governo voltou a classificar o “Tren Maya” como um projeto de “segurança nacional”, desafiando a decisão judicial.
O conglomerado português Mota-Engil, em parceria com a China Communications Construction, está encarregue a construção do segmento A, com 27 quilómetros entre Tulum e Akumal, que faz parte do troço conhecido como “5 sul”.
Esta obra representa um contrato no valor de cerca de 636 milhões de euros, disse a Mota-Engil em abril de 2020.