Pequim condena “grave violação da soberania iraniana” no assassínio do líder do Hamas

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou hoje a condenação “enérgica” da China ao recente assassínio, no Irão, do líder político do Hamas, que descreveu como uma “grave violação da soberania iraniana”.

© Facebook de Wang Yi

 

Durante uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Ali Bagheri Kani, Wang sublinhou a importância do Irão como parceiro estratégico e manifestou o empenho da China em “apoiar o Irão em questões de interesse mútuo”, de acordo com um comunicado divulgado hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês no seu sítio na internet.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês apelou à comunidade internacional para “trabalhar em conjunto para alcançar um cessar-fogo permanente em Gaza” e disse que a China “apoia os esforços do Irão para manter a paz e a estabilidade na região”.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri Kani, manifestou o seu desejo de que Pequim “desempenhe um papel mais importante no desanuviamento da situação e na promoção da segurança” na região, congratulando-se com a “posição imparcial” da China relativamente ao conflito israelo-palestiniano, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Bagheri Kani sublinhou também o empenho do novo Governo iraniano em “reforçar os laços com Pequim e manter a coordenação com a China nos assuntos internacionais”, assegurando que as relações entre os dois países permanecerão “estáveis apesar das mudanças na situação internacional e regional”.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh “morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro”, afirmou um comunicado do Hamas, que promete que Israel “não ficará impune”.

Haniyeh, que vivia no exílio no Qatar, estava de visita a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do reformista Masoud Pezeshkian como presidente do Irão, que ameaçou retaliar.

A China tem reiterado várias vezes o seu apoio à “solução dos dois Estados”, mostrando a sua “consternação” perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus responsáveis têm realizado numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

Em 2021, a China e o Irão assinaram um acordo de cooperação económica de 25 anos que prevê, em termos gerais, o investimento chinês nos setores da energia e das infraestruturas do Irão.

Em troca, Teerão, um grande produtor de hidrocarbonetos duramente atingido pelas sanções dos EUA, fornece a Pequim um abastecimento estável de petróleo e gás a preços competitivos.

Últimas de Política Internacional

A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que a Europa aprendeu a lição de como se comportou a Rússia depois dos Acordos de Minsk e defendeu não ser possível uma paz que só sirva para Moscovo se fortalecer.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou hoje a criticar a União Europeia, afirmando que o "império de Bruxelas" abusa do seu poder, e defendeu que as forças ultraconservadoras são cada vez mais fortes no mundo.
O enviado norte-americano Steve Witkoff vai levar uma mensagem do Presidente da Rússia para o homólogo dos Estados Unidos sobre a proposta de tréguas na Ucrânia, anunciou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que apoia a cessação das ações militares na Ucrânia, desde que leve a uma "paz duradoura", em resposta à proposta de tréguas de 30 dias dos Estados Unidos já aceite por Kiev.
O exército francês utilizou gás tóxico em grande escala nas grutas que serviam de esconderijo aos combatentes nacionalistas argelinos durante a Guerra da Argélia (1956/62), revelação conhecida num documentário divulgado esta quarta-feira pela France Télévisions.
Os Estados Unidos vão enviar mais de 600 soldados adicionais para a fronteira com o México, adiantaram terça-feira as forças armadas norte-americanas, na sequência do reforço das medidas de combate à imigração ilegal pelo Governo liderado por Donald Trump.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou hoje a deslocação imediata de negociadores à Rússia, afirmando ainda esperar que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, aceite o cessar-fogo temporário na Ucrânia.
O Canadá anunciou hoje que vai impor novas tarifas alfandegárias sobre determinados produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, em resposta à taxação sobre o aço e o alumínio anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A Ucrânia está pronta para assinar "a qualquer momento" o acordo-quadro sobre a exploração dos seus recursos naturais pelos Estados Unidos, apesar do anúncio da Casa Branca da suspensão da ajuda militar norte-americana, disse hoje o primeiro-ministro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje, em Bruxelas, querer mobilizar 800 mil milhões de euros para investimento na defesa europeia.