Blinken conversa com homólogo turco sobre negociações do cessar-fogo em Gaza

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manteve hoje uma conversa telefónica com o seu homólogo turco, Hakan Fidan, sobre os mais recentes passos dados nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

© Facebook de Antony Blinken

A conversa telefónica foi realizada a pedido dos Estados Unidos para “discutir a situação atual das negociações para um cessar-fogo entre o Hamas e Israel e os acontecimentos na região”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco na rede social X.

Blinken prometeu na terça-feira em Doha fazer “todo o possível” para que o movimento islamita palestiniano Hamas aceite um plano de cessar-fogo preparado pelos Estados Unidos, Qatar e Egito, que já foi aceite por Israel.

Ao contrário do que anunciou em maio o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o plano não prevê uma retirada total das tropas israelitas de Gaza e, embora Blinken tenha recusado dar pormenores, afirmou que “o acordo é claro sobre o calendário e os locais” de onde os militares se irão retirar.

A Turquia acompanha de perto a guerra na Faixa de Gaza e tem oferecido repetidamente a sua ajuda para mediar o conflito e participar como garante num futuro acordo de paz.

Ancara insiste que um cessar-fogo deve conduzir a um acordo que permita o estabelecimento de um Estado palestiniano independente, vizinho de Israel, de acordo com as fronteiras de 1967.

A retaliação israelita em Gaza já fez mais de 40 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Blinken concluiu hoje a sua viagem ao Médio Oriente sem ter conseguido avançar visivelmente com uma trégua em Gaza, e avisou Israel e o grupo islamita Hamas que a proposta dos EUA em cima da mesa pode ser a “última oportunidade”.

Foi a nona viagem de Blinken à região desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada após um ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano em 07 de outubro em solo israelita.

Os Estados Unidos acreditam que um cessar-fogo em Gaza poderá também ajudar a evitar um possível ataque contra Israel por parte do Irão e dos seus aliados, incluindo o movimento libanês Hezbollah, nomeadamente em retaliação ao assassinato do líder do Hamas a 31 de julho em Teerão.

Últimas de Política Internacional

Um incêndio na zona mais sensível da COP30 lançou o caos na cimeira climática e forçou a retirada imediata de delegações, ministros e equipas técnicas, abalando o ambiente das negociações internacionais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje “medidas enérgicas” contra os colonos radicais e seus atos de violência dirigidos à população palestiniana e também às tropas de Israel na Cisjordânia.
A direita radical francesa quer que o Governo suspenda a sua contribuição para o orçamento da União Europeia, de modo a impedir a entrada em vigor do acordo com o Mercosul.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, afirmou hoje que Teerão não está a enriquecer urânio em nenhum local do país, após o ataque de Israel a instalações iranianas, em junho.
O Governo britânico vai reduzir a proteção concedida aos refugiados, que serão “obrigados a regressar ao seu país de origem logo que seja considerado seguro”, anunciou hoje o Ministério do Interior num comunicado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje uma reformulação das empresas estatais de energia, incluindo a operadora nuclear Energoatom, que está no centro de um escândalo de corrupção há vários dias.
A China vai proibir, temporariamente, a navegação em parte do Mar Amarelo, entre segunda e quarta-feira, para realizar exercícios militares, anunciou a Administração de Segurança Marítima (MSA).
A Venezuela tem 882 pessoas detidas por motivos políticos, incluindo cinco portugueses que têm também nacionalidade venezuelana, de acordo com dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Fórum Penal (FP).
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, vai na quinta-feira ser ouvido numa comissão de inquérito parlamentar sobre suspeitas de corrupção no governo e no partido socialista (PSOE), num momento raro na democracia espanhola.
A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).