Federação Nacional dos Médicos promove ‘flash mob’ para homenagear profissionais e utentes do SNS

Médicos e utentes participaram hoje num ‘flash mob’, em Lisboa, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam), para homenagear os profissionais de saúde e os beneficiários que "têm resistido à degradação do SNS” ao longo dos anos.

© D.R.

A iniciativa decorreu cerca das 14:30 frente à Culturgest, poucos minutos antes começar a cerimónia comemorativa do 45.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS), formalmente criado em 15 de setembro de 1979, quando foi publicada a lei que criou o sistema universal de saúde em Portugal.

“Grávidas preocupadas, mulheres indignadas”, “A saúde é um direito, sem ela nada feito”, “Nascer com dignidade, proteger a maternidades” e “O povo merece o SNS” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos cerca de 20 participantes no ‘flash mob’, uma aglomeração repentina de pessoas num local público para encenar uma breve ação previamente combinada.

Na ação participaram alguns médicos e alguns utentes, nomeadamente mulheres e associações de grávidas, que seguravam faixas com as inscrições “Grávidas preocupadas, mulheres indignadas” e “É preciso salvar o SNS”.

Presente no ‘flash mob’, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, disse à agência Lusa que a iniciativa visou “prestar uma homenagem aos médicos e demais profissionais de saúde e, sobretudo, aos utentes que resistem ao longo destes anos todos à degradação do Serviço Nacional de Saúde”.

“A Federação Nacional dos Médicos quer que o Serviço Nacional de Saúde esteja forte e, para isso, tem que ter os seus quadros completos não só em termos dos médicos, mas também do resto dos profissionais de saúde para conseguirmos prestar o melhor serviço possível aos utentes e à população”, defendeu.

A Fnam realça que são os profissionais que “ainda mantêm o Serviço Nacional de Saúde de pé ao serviço dos utentes, apesar da falta de vontade política dos sucessivos ministérios da saúde, em particular este liderado por Ana Paula Martins, para proporcionar salários base justos, condições de trabalho dignas e a valorização das carreiras dos seus profissionais”.

Joana Bordalo e Sá disse que o SNS “é um dos pilares” da democracia em Portugal, tendo sido desenhado e definido para “servir todos os cidadãos, independentemente do seu estatuto socioeconómico”, e defendeu que “é assim que se deve manter porque é o único garante universal da saúde em Portugal”.

“Graças ao SNS (…) fizemos avanços enormes, sobretudo na área da saúde materno-infantil”, que colocou Portugal entre os melhores países do mundo, mas também em termos de esperança média de vida, que aumentou cerca de 10 anos, e de uma estratégia de vacinação eficaz garantida nas instituições do Serviço Nacional de Saúde.

Mas, lamentou, as “políticas desastrosas do Ministério da Saúde, de Ana Paula Martins, têm-no mesmo colocado em xeque”.

Recordou as palavras do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no domingo, para assinalar a efeméride, em que defendeu a importância de ter “profissionais respeitados e carreiras atrativas”, afirmando que, “na prática, não é isso que o Ministério da Saúde está a fazer, muito pelo contrário”.

“Devido à falta de médicos e ao esvaziamento das equipas, assistimos à normalização do que não é aceitável e contraria boas práticas em saúde. Presenciamos o encerramento de serviços de urgência, sobretudo as obstétricas e pediátricas, o recurso a uma linha telefónica para grávidas que pretende substituir o verdadeiro acesso a serviços de saúde, num retrocesso sem precedentes na qualidade dos cuidados de saúde materno–infantil”, alerta a Fnam.

Segundo a federação sindical, “as dezenas de partos ocorridos nas ambulâncias este ano mostram como forçar grávidas a percorrer centenas de quilómetros as coloca a si e aos seus bebés em risco bem como os quase 1,7 milhões de utentes sem médico de família e o aumento da lista de espera cirúrgica e cuidados insuficientes para os doentes paliativos e em fim de vida”.

Últimas do País

O homem detido na terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) suspeito de ser o autor de um incêndio florestal no concelho da Batalha saiu em liberdade, após ser presente a um juiz de instrução criminal, foi hoje divulgado.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões norte e centro, atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 75.645 hectares.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje três homens suspeitos de assalto a ourivesarias em Fátima, numa operação de perseguição e detenção que obrigou ao encerramento do trânsito na Ponte 25 de Abril.
O Ministério Público (MP) disse hoje, nas alegações em tribunal, que espera que o julgamento do processo conhecido como 'cartel da banca' contribua para o reforço da confiança no setor bancário.
A PSP deteve 5.962 pessoas durante a habitual operação “Verão Seguro 2024”, sendo a maioria (2.328) por crimes rodoviários, dos quais sobressai a condução com excesso de álcool, segundo o balanço final hoje divulgado.
Mais de 4.400 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres, continuavam às 08:00 de hoje a combater cerca de 50 fogos rurais em Portugal continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O "Encontro Solidário" de guardas prisionais que estava marcado para o exterior da cadeia de Vale de Judeus na quinta-feira foi adiado para 07 de outubro, anunciou hoje o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
O presidente da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) considerou hoje que o aumento da população estrangeira residente em Portugal constitui um desafio para o país, mas rejeitou que se trate de uma "grande onda migratória".
Seis alunos de uma escola básica do concelho de Azambuja foram hoje esfaqueados por um colega, tendo um deles ficado em estado grave e sido transportado para o hospital, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
A Polícia Judiciária (PJ) já deteve pelo menos 29 pessoas por suspeitas de incêndio florestal em 2024, segundo dados fornecidos pela PJ, num registo próximo daquele que foi alcançado no mesmo período do ano passado.