Portugal cai para sétimo lugar na atração de investimento estrangeiro

Portugal caiu um lugar em 2023 no 'ranking' de atratividade dos países europeus em termos de Investimento Direto Estrangeiro, face ao ano anterior, para sétimo, de acordo com o EY Attractiveness Survey Portugal hoje divulgado.

© D.R.

Assim, “após três anos de crescimento contínuo, a recuperação pós-pandémica do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), em 2023 Portugal perdeu atração neste capítulo e acolheu 221 projetos de IDE, menos 11% do que em 2022, em linha com a diminuição registada em toda a Europa”, refere o estudo da EY.

Desta forma, “Portugal ocupa agora o 7.º lugar no ‘ranking’ de atratividade (…) dos países europeus para IDE (em 2022 era 6.º)”, lê-se no documento.

De acordo com o estudo, “este resultado foi fortemente influenciado pelo crescimento económico lento, inflação persistentemente elevada, preços elevados da energia e a instabilidade política nacional”.

Portugal caiu para a 7.ª posição “após ser ultrapassado pela Polónia que, no ano passado, conquistou um maior investimento por parte dos Estados Unidos”, adianta o estudo.

O EY Attractiveness Survey Portugal avalia a perceção dos investidores estrangeiros relativamente à atratividade do país enquanto destino de IDE, sendo que esta é definida nesta análise como uma combinação de imagem, confiança do investidor e perceção da capacidade de um país ou região de oferecer os benefícios mais competitivos para o IDE, é referido no documento.

“O painel de participantes do EY Attractiveness Survey Portugal é composto por decisores de todas as origens, com base nas suas opiniões e experiências em relação à Europa: Europa Ocidental (54%), América do Norte (19%), Europa do Norte (17%), Ásia (7%) e Brasil (3%)”, sendo que 63% dos 200 investidores inquiridos têm operações em Portugal, refere a EY.

A área de ‘software’ & serviços de TI [tecnologias de informação] continua a liderar os projetos de IDE, “num sinal de força da atratividade da economia digital para Portugal, que entre 2021 e 2023 foi o 4.º país europeu a atrair o maior número de projetos de IDE (244) neste domínio”.

Outra das conclusões do estudo é que os serviços às empresas e serviços profissionais, “cujo crescimento mais do que quadruplicou em relação a 2022, estão na vanguarda do IDE em Portugal”.

Globalmente, de acordo com o EY Attractiveness Survey Portugal, o país “continua atrativo para IDE, com 84% dos investidores inquiridos a afirmarem terem planos para estabelecer ou expandir operações no país em 2025, um indicador acima da média europeia que não vai além dos 72%”.

Cerca de 77% dos inquiridos “antecipam a melhoria da atratividade de Portugal para IDE nos próximos três anos, um valor bastante superior aos 49% registado em 2021”, aponta ainda o estudo.

“Portugal, apesar da redução do número de projetos de IDE em 2023, continua a afirmar-se como um destino de investimento estável e bastante atrativo. A permanência no Top 10 dos países europeus que merecem maior confiança por parte dos investidores estrangeiros é um sinal claro do crescimento progressivo do país, que se destaca a nível internacional pela qualificação da sua força de trabalho e por estar na linha da frente em matéria de inovação, desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade ambiental”, afirma o ‘country manager partner’ da EY portuguese cluster, Miguel Farinha.

Estados Unidos, França e Alemanha são os três países que mais investem em Portugal.

“Estes países representam mais de 40% dos projetos de IDE em território nacional com o setor de ‘software & IT services’ a reunir a maioria do investimento e com 40 projetos provenientes destas geografias”, adianta o estudo.

O estudo aponta que o “peso dos países europeus no IDE em Portugal diminuiu significativamente, contrariando a tendência passada em que os principais investidores eram do mesmo continente”.

Se em 2022 o investimento dos países da UE representava 73,4% do total de projetos de IDE realizados, no ano passado “representou pouco mais de metade da sua totalidade”.

O Brasil foi responsável “por quase 7% desse investimento em 2023 e integra agora o lote dos seis principais países de origem dos projetos de IDE em Portugal, estabelecendo o facto de, em termos relativos, Portugal atrair muito mais investimento brasileiro do que a Europa”, refere o estudo.

Destaca-se que “as fortes economias europeias, nomeadamente França e Espanha, são responsáveis por um IDE proveniente do Brasil mais elevado em Portugal”.

Em sentido inverso, “a China representa 4,5% do investimento na Europa, mas apenas 0,5% em Portugal, o que indica que a atratividade de Portugal ainda não foi totalmente reconhecida pelos investidores chineses”.

Últimas de Economia

A CP vai ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pelo Passe Ferroviário de 20 euros, segundo o documento que o Governo apresenta hoje, a que a Lusa teve acesso.
A Comissão Europeia conseguiu hoje apoio dos Estados-membros da União Europeia para avançar com tarifas de compensação de até 36,3% às fabricantes de carros elétricos chineses no espaço comunitário por concorrência desleal, apesar do voto contra da Alemanha.
O índice mundial de preços dos alimentos básicos calculado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) registou em setembro o maior aumento em 18 meses, especialmente para o açúcar, informou hoje a agência.
A taxa de poupança das famílias na zona euro subiu para 15,7% no segundo trimestre, mas a de investimento recuou para 9,2%, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
A execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo em conta os marcos, metas e os fundos recebidos, é inferior à média da área do euro, mas a aprovação do sexto pedido de desembolso pode equilibrar as contas.
O preço do barril de petróleo subia após uma declaração do Presidente norte-americano, Joe Biden, a dar conta de "conversações" com Israel sobre eventuais ataques a instalações petrolíferas iranianas.
O preço das casas aumentou, no segundo trimestre, 1,3% na zona euro e 2,9% na União Europeia, face ao período homólogo, e Portugal registou a segunda maior subida em cadeia (3,9%), divulga hoje o Eurostat.
Os fogos licenciados em construções novas recuaram 4,8% até julho em termos homólogos, tendo as licenças para construção nova e reabilitação de edifícios habitacionais caído 2,7% e o consumo de cimento aumentado 3,9%, segundo a AICCOPN.
O novo crédito à habitação foi de 1.545 milhões de euros em agosto, o valor mais elevado desde março de 2022, divulgou hoje o Banco de Portugal.
O Tribunal Geral da União Europeia, primeira instância, rejeitou hoje um recurso da Pharol que pedia a anulação de uma multa de 12 milhões de euros aplicada pela Comissão Europeia à antiga Portugal Telecom por cláusula contratual ilegal.