EUA pedem à China que deixe de “alimentar máquina de guerra russa”

O secretário de Estado norte-americano voltou a acusar a China de apoiar a "máquina de guerra russa" na Ucrânia, numa altura em que as duas potências rivais tentam estabilizar uma relação tumultuosa.

© Facebook de Antony Blinken

 

Em conferência de imprensa, à margem da Assembleia-Geral da ONU, Antony Blinken falava depois de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, decorrido, na sexta-feira, na missão chinesa em Nova Iorque.

O responsável norte-americano disse ter manifestado ao homólogo chinês a “profunda preocupação sobre o apoio da China à indústria de defesa russa, que está a alimentar a máquina de guerra russa e a perpetuar a guerra que a China afirma querer acabar”.

“A relação entre eles [China e Rússia] é um assunto que lhes diz respeito, mas na medida em que essa relação envolve fornecer à Rússia o que ela precisa para prosseguir esta guerra, isso é um problema para nós”, salientou.

O chefe da diplomacia norte-americana referiu que as empresas chinesas fornecem 70% das máquinas-ferramentas russas e 90% dos seus produtos eletrónicos.

Já Wang Yi denunciou “a repressão” dos Estados Unidos contra o comércio, a tecnologia e a economia chinesas e pediu um “diálogo respeitoso” entre os dois países, “uma vez que os EUA afirmaram repetidamente que não têm intenção de entrar em confronto com a China”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A reunião de sexta-feira aconteceu alguns dias depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter afirmado que a China estava a colocar a Ásia e os Estados Unidos “à prova” devido ao comportamento cada vez “mais agressivo”, nomeadamente no mar do Sul da China e em relação a Taiwan.

Pequim considera a ilha como uma das suas províncias e denuncia o apoio de Washington a Taiwan, bem como a passagem de navios de guerra norte-americanos e, pela primeira vez esta semana, japoneses, pelo estreito de Taiwan.

Por outro lado, Wang Yi e Antony Blinken concordaram com “a importância” de o Presidente chinês, Xi Jinping, e Joe Biden poderem comunicar entre si, com o secretário de Estado norte-americano a afirmar esperar que tal aconteça nas “próximas semanas”, sem confirmar uma data ou formato.

O último encontro foi em abril. Mas os dois líderes poderão reunir-se à margem das cimeiras no Brasil e no Peru.

Responsáveis chineses e norte-americanos estão a realizar cada vez mais reuniões para aliviar as tensões.

Apesar das divergências, incluindo as disputas comerciais sobre as sanções impostas pelos EUA à indústria eletrónica chinesa, Washington e Pequim estão a cooperar noutras áreas, como a luta contra as drogas sintéticas e as alterações climáticas, lembrou Blinken.

Últimas do Mundo

O acordo de cessar-fogo no Líbano foi aprovado pelo Conselho de Ministros de Israel, revelou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Barbara Slowik, chefe da polícia de Berlim, na Alemanha, aconselhou judeus e pessoas “abertamente gays” a esconder a sua identidade e a ter “mais cuidado” em “bairros árabes”, uma vez que alguns moradores são hostis e “têm simpatia por grupos terroristas”.
Um jovem russo a cumprir uma pena por ter alegadamente queimado o Corão foi condenado a 13 anos e meio de prisão por traição a favor da Ucrânia, anunciou hoje um tribunal regional russo.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou-se hoje favorável a uma mudança na estrutura militar do país, de forma a “reduzir a burocracia” e a facilitar a gestão das tropas envolvidas na guerra contra a Rússia.
O papa Francisco apelou hoje aos jovens do mundo para não se deixarem contagiar por a ânsia do reconhecimento ou o desejo de serem “estrelas por um dia” nas redes sociais, durante a missa.
Um suspeito foi morto e três polícias ficaram feridos num tiroteio ocorrido esta manhã perto da embaixada de Israel em Amã, capital da Jordânia, num incidente que as autoridades informaram estar controlado.
A Rússia avisou hoje a Coreia do Sul que o uso de armas fornecidas por Seul à Ucrânia para “matar cidadãos russos destruirá definitivamente” as relações entre os dois países.
Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, considera que se assiste nos últimos anos, sobretudo desde a chegada de Xi Jinping à presidência chinesa, a "uma certa vontade de acelerar o processo" de 'reunificação' de Macau à China.
O presidente eleito Donald Trump escolheu Russell Thurlow Vought, um dos 'arquitetos' do programa governamental ultraconservador Projeto 2025, para chefiar o Gabinete de Gestão e Orçamento do futuro Governo.
Os Estados-membros das Nações Unidas (ONU) adotaram hoje por consenso uma resolução que visa dar início a negociações formais para a criação de uma convenção sobre crimes contra a humanidade.