Corte da publicidade na RTP pode colocar empresa no ‘vermelho’ após 14 anos de lucros

O presidente da RTP admitiu hoje que com o corte de publicidade de sete milhões de euros por ano "não é seguro" que a empresa "não entre no ‘vermelho’", depois de 14 anos com resultados positivos.

© RTP

Nicolau Santos falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, CHEGA e do Livre para ouvir o Conselho de Administração da RTP no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social do Governo, o qual prevê o fim da publicidade em 2027.

“A RTP não é, neste momento, (…) uma empresa que cause problemas, nem preocupações ao Estado”, afirmou o presidente do Conselho de Administração.

“Há 14 anos que a RTP tem resultados positivos e devo acrescentar agora, a partir deste momento, com um corte de sete milhões [de euros] por ano, não é seguro que a RTP não entre no ‘vermelho’”, admitiu Nicolau Santos.

No ano passado, “houve três grupos de media em Portugal que tiveram resultados positivos. Provavelmente, se se concretizar esta medida, no próximo ano só haverá dois grupos” de media com resultados positivos “porque a RTP entrará no vermelho”, rematou.

De acordo com o plano do Governo para os media, os canais de televisão da RTP deverão gradualmente, durante os próximos três anos, eliminar a publicidade comercial das suas grelhas. Paralelamente, a redução do tempo dedicado à publicidade comercial deverá ser compensada com espaços de promoção e eventos culturais, de acordo com o plano.

Tal acontecerá nos próximos três anos, prevendo-se a eliminação total da publicidade em 2027, com redução de dois minutos/hora em 2025 e 2026.

O custo estimado total é de 20 milhões de euros e o impacto da redução de receita na RTP será de cerca de 6,6 milhões de euros por ano, ao longo de três anos. O fim da publicidade era uma medida há muito reclamada pelos operadores privados.

Durante a sua intervenção, o presidente da RTP salientou que da parte do ministro da tutela Pedro Duarte tem havido “disponibilidade total” para ir buscar fundos europeus que possam apoiar a modernização da empresa.

Últimas de Economia

O decreto-lei que limita as comissões bancárias nas transferências imediatas foi publicado hoje em Diário da República e entra em vigor em 21 de outubro.
O presidente da RTP admitiu hoje que com o corte de publicidade de sete milhões de euros por ano "não é seguro" que a empresa "não entre no ‘vermelho’", depois de 14 anos com resultados positivos.
A Fesap considera que a proposta do Governo para subida da base remuneratória da administração pública em 2025 é "manifestamente insuficiente" e diz ser "incompreensível" que não haja "qualquer alteração" nas ajudas de custo e no subsídio de alimentação.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê uma desaceleração da procura de petróleo em 2024 e 2025, essencialmente devido à queda na China.
A produção na construção registou um aumento homólogo de 2,3% em agosto, depois de ter crescido 1,8% no mês anterior, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Governo prometeu à Comissão Europeia, no primeiro plano ao abrigo das novas regras orçamentais comunitárias, um Plano de Recuperação e Resiliência em “velocidade de execução acrescida” e finanças sustentáveis, apesar do “desafio especial” da reformada governação económica.
A margem de refinação da Galp desceu 68% no terceiro trimestre face ao período homólogo e caiu 39% face ao trimestre anterior, para 4,70 dólares por barril, segundo comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O Estado angolano "nada" receberá pela venda da Efacec e dificilmente conseguirá algum benefício da alienação do banco EuroBic, antigos ativos de Isabel dos Santos, alvo de processos judiciais, diz a Cedesa, entidade que estuda assuntos de Angola.
A ANTRAM lamentou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 tenha deixado cair a isenção das mais-valias na venda de viaturas usadas pelas empresas de transporte, uma medida que estava no atual Orçamento.
A redução dos custos com mercadorias vendidas e matérias consumidas impulsionou uma subida de 12,2% do EBITDA das empresas em Portugal em 2023, num ano em que também aumentou a percentagem de empresas com prejuízo (37,8%).