“Recebemos um duro veredicto”, disse Ishiba à emissora pública NHK, cujas projeções baseadas nas sondagens à boca das urnas indicam que mesmo a coligação do LPD com o seu aliado Komeito não deverá obter a maioria absoluta.
No final de uma campanha em que sofreu com a elevada inflação no Japão e com as consequências de um escândalo financeiro, o PDL poderá ter conquistado entre 153 e 219 lugares, segundo as primeiras projeções. Este número é muito inferior à maioria absoluta de 233 lugares, num total de 465.
Sem uma maioria absoluta com o seu parceiro de coligação, o PDL terá de procurar outros aliados ou formar um Governo minoritário precário, uma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa.
Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955, e uma grave derrota para Shigeru Ishiba, 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 01 de outubro, depois de ter assumido a liderança do partido.
Ele próprio tinha convocado estas eleições antecipadas, esperando beneficiar de um estado de graça para consolidar o seu poder, prometendo aos eleitores “um novo Japão”, com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.
No entanto, o PDL está a lutar contra um escândalo político e financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior primeiro-ministro, Fumio Kishida, uma vez que várias dezenas de membros estão a ser punidos internamente por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos.
Em função da amplitude deste revés eleitoral, os analistas alertam para o facto de poder provocar um choque nos mercados financeiros, pouco habituados a este cenário.