Greve na função pública volta a afetar sobretudo escola e saúde

A greve dos trabalhadores da Administração Pública está a registar "bastante adesão" nas escolas e Serviço Nacional de Saúde (SNS), com várias escolas encerradas e hospitais e centros de saúde a funcionarem "com serviços muito limitados", segundo fonte sindical.

© LUSA/NUNO VEIGA

“A adesão na saúde e nas escolas está a ser muito elevada”, afirmou à agência Lusa o vice secretário-geral da Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), embora sem avançar números.

Na região Norte, Helder Sá, apontou para níveis de adesão “não muito diferentes dos 80/90% da passada quinta-feira”, em que decorreu uma outra greve dos trabalhadores da função pública.

Segundo Helder Sá, nos distritos do Porto, Viana do Castelo, Braga, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso a adesão à greve “na saúde e nas escolas está a ser muito elevada”, enquanto a sul apontou os casos dos hospitais do Barreiro, Curry Cabra e Loures, que se encontram a funcionar “com serviços muito limitados”.

Já nos serviços do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), que a federação admitia que pudesse vir a ser dos mais afetados, o impacto não está a ser tão grande devido aos serviços mínimos acordados.

Convocada pela Fesinap, a paralisação abrange a administração central, regional e local, bem como “outros trabalhadores abrangidos pelo âmbito estatutário” desta federação “que exercem funções no SNS”, de acordo com o pré-aviso publicado no ‘site’ da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Esta greve surge depois de na quinta-feira o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), ligado à Fesinap, ter convocado uma greve na função pública, que teve especial impacto no setor da saúde e da educação, segundo indicou então à Lusa o presidente desta estrutura sindical.

Entre as principais reivindicações da federação sindical está “a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, 10 anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado, independentemente do tipo de contrato” e “desde que não tenha progredido via Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)”.

Reclama ainda a revisão deste sistema de avaliação, a reposição dos pontos perdidos para efeitos de progressão de carreira e a instituição do cartão refeição na Administração Pública “através de negociação em Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP), para o valor diário de 10,20 euros, livre de imposto”.

Esta paralisação acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado da Administração Pública voltou a reunir-se com três estruturas representantes da Função Pública, na sequência do pedido de reunião suplementar feito pelos sindicatos, após não terem chegado a acordo com o Governo.

Segundo revelou à Lusa o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), o Governo melhorou “um bocadinho” a proposta sobre aumentos da Função Pública para 2025, mantendo uma subida mínima de 55,27 euros para vencimentos brutos até 2.620 euros e subindo de 2,10% para 2,15% para ordenados superiores (sendo que neste último caso não cobre a inflação prevista pelo Governo para o próximo ano, de 2,3%).

“Hoje o Governo apresentou-nos uma proposta nova, melhorando um poucochinho”, afirmou José Abraão à saída da reunião suplementar com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, em Lisboa.

Segundo José Abraão, o Governo mantém a proposta de um aumento de, pelo menos, 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) para vencimentos brutos mensais de até 2.620,23 euros em 2025, mas sobe de 2,10% para 2,15% para ordenadores superiores.

Últimas do País

O Tribunal da Relação do Porto (TRP) condenou a cinco anos e 10 meses de prisão efetiva um homem que tinha sido absolvido de abusar sexualmente de uma filha com quatro anos, em Aveiro.
Quase metade da população portuguesa já foi vítima de algum tipo de violência ao longo da vida, com particular incidência nas mulheres, as principais vítimas de violência sexual, na intimidade ou de assédio, segundo uma análise divulgada esta quinta-feira.
Os trabalhadores da administração pública cumprem na sexta-feira uma greve contra o pacote laboral apresentado pelo Governo, sendo a educação e a saúde os setores que deverão ser mais afetados, disse fonte da Federação de sindicatos independentes.
Um homem de 48 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de burla qualificada em negócios de imóveis no distrito de Setúbal, com lucro ilícito de mais de três milhões de euros, segundo comunicado oficial de hoje.
Um foco de gripe aviária foi detetado numa exploração de galinhas reprodutoras no concelho de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, anunciou hoje a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
A GNR e a PSP registaram, nos primeiros nove meses deste ano, 25.327 ocorrências de violência doméstica, o valor mais elevado dos últimos sete anos, à data de 30 de setembro, segundo dados da CIG.
A Inspeção-Geral de Atividades em Saúde está a investigar o eventual conflito de interesses nos contratos celebrados entre a Unidade Local de Saúde de Braga e a empresa privada alegadamente pertencente ao seu ex-diretor de Oftalmologia, foi esta quarta-feira anunciado.
Duas pessoas foram hoje resgatadas da Cova do Ladrão, no parque florestal de Monsanto, em Lisboa, durante um simulacro de sismo que serviu para testar a capacidade de reação das forças de segurança, num exercício coordenado pelo exército.
Mais de 2.300 novos médicos começaram a escolher as vagas para a formação numa especialidade, mas o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) teme que nem todos os lugares disponibilizados para o internato venham a ser ocupados.
Os incêndios florestais de 2024 e 2025 revelaram “falhas de coordenação” entre as diferentes forças no terreno que provocaram atrasos no tempo de resposta aos fogos, aumentando a sua propagação, revela um relatório da OCDE.