BCP diz que nunca se conformará com atual financiamento do Fundo de Resolução

O presidente do BCP, Miguel Maya, disse hoje que nunca se conformará que haja entidades financeiras que não contribuam para o Fundo de Resolução bancário e que criticará o modelo de financiamento enquanto tiver responsabilidades no setor.

© LUSA/MIGUEL A. LOPES

Na conferência Money Summit, em Lisboa, questionado sobre esse tema que critica há anos, Maya disse que a forma como foi feito o modelo de financiamento do Fundo de Resolução bancário (que financia o Novo Banco, o banco criado aquando da resolução do BES) foi o melhor possível na altura, mas que o que não entende é por que não se corrigiu entretanto “o erro” quanto a quem paga a fatura, pois pende apenas sobre alguns.

“Porque não são todas as entidades que prestam serviços financeiros aos portugueses”, questionou.

O gestor disse que nunca se acomodará com esta situação.

“Acho isto verdadeiramente inaceitável, nunca me vou conformar com isto”, vincou.

Miguel Maya defende, há anos, que deve ser alargado o conjunto dos operadores financeiros que contribuem para o Fundo de Resolução e que a contribuição para esse fundo seja feita por todos as empresas que prestam serviços financeiros em Portugal.

O presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, disse que, precisamente para evitar esse custo, houve bancos que passaram de filial a sucursal.

No fim de outubro, o Banco de Portugal indicou que prevê aumentar a taxa sobre a qual incidem as contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução, o que implica uma subida de entre 60,5 a 62,9 milhões de euros para o conjunto das instituições participantes.

Na semana passada, em conferência de imprensa, o presidente do BPI criticou o aumento.

“Já não gostei de ter pago o jantar a que não fui. Apresentarem agora alterações à fatura é um bocado complicado”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

A contribuição sobre o setor bancário foi uma medida extraordinária instituída em 2011, mas desde então todos os governos a mantiveram e até aumentaram a sua contribuição, que atualmente serve para financiar o Fundo de Resolução bancário (entidade que financia intervenções em bancos em dificuldades).

Últimas de Economia

A Autoridade da Concorrência (AdC) vai intensificar em 2026 o combate a cartéis, com especial enfoque na contratação pública, segundo as prioridades de política de concorrência hoje divulgadas.
O valor médio da construção por metro quadrado que é tido em conta no cálculo do IMI vai subir 38 euros em 2026, passando dos actuais 532 euros para 570, segundo uma portaria hoje publicada em Diário da República.
O Presidente da República prometeu hoje o fim da taxa sobre empresas produtoras de energia elétrica e disse que espera que “garanta mesmo tratamento mais favorável para os contribuintes”.
O índice de preços da habitação aumentou 17,7% no terceiro trimestre, acelerando 0,5 pontos percentuais face aos três meses anteriores, tendo sido transacionados 10,5 mil milhões de euros, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 2.060 euros por metro quadrado em novembro, um novo máximo histórico e mais 18,4% do que período homólogo 2024, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística.
Arrendamentos não declarados, dados incompletos e cruzamentos que falham. A Autoridade Tributária detetou milhares de casos com indícios de rendimentos imobiliários omitidos, num universo onde o arrendamento não declarado continua a escapar ao controlo do Estado.
O Banco Central Europeu (BCE) vai reduzir o prazo da aprovação das recompras de ações dos bancos a partir de janeiro para duas semanas em vez dos atuais três meses, foi hoje anunciado.
A produtividade e o salário médio dos trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal foram 69,6% e 44,2% superiores às dos que laboravam em empresas nacionais em 2024, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
O subsídio de apoio ao cuidador informal deixa de ser considerado rendimento, anunciou hoje o Governo, uma situação que fazia com que alguns cuidadores sofressem cortes noutras prestações sociais, como o abono de família.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter os juros inalterados, como era esperado pelos analistas e mercados, segundo foi hoje anunciado após a reunião de dois dias.