Movimento judaico convoca manifestação para véspera do jogo França-Israel em Paris

Um movimento judaico internacional de direita convocou hoje uma manifestação antissemitismo para quarta-feira, em Paris, véspera do jogo de França contra Israel, ao qual o presidente francês vai assistir, mas que Telavive pede que os israelitas evitem.

© D.R.

A manifestação, que ainda não tem localização conhecida, acontecerá seis dias após os desacatos que envolveram adeptos de futebol israelitas em Amesterdão, que segundo a polícia local queimaram bandeiras palestinianas e gritaram palavras de ordem contra os cidadãos árabes.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, ordenou à Mossad – serviços secretos de Israel – a preparação de um plano de ação para evitar que tais incidentes se repitam em Paris.

O movimento judaico Betar, que dispõe de várias filiais em todo o mundo e que conta entre as suas fileiras com membros radicais, prevê juntar-se ao Movimento de Estudantes Judeus Francês (MEFJ).

“Estamos escandalizados pelo que se passou em Amesterdão e pela reação dos governos”, afirmou o presidente do Betar global, Yigal Brand, citado em comunicado.

“Somos sionistas orgulhos e não vamos pedir desculpa (…). Vamos manifestar-nos em Paris na quarta-feira e na quinta-feira no jogo de futebol que está igualmente ameaçado por ‘jihadistas’”, afirmou Brand.

O presidente francês, Emmanuel Macron, vai assistir ao jogo que vai opor, em ambiente de alta segurança, as seleções de França e de Israel, agendado para quinta-feira para o Stade de France, em Saint-Denis, adiantou hoje o Eliseu, decisão que segundo o gabinete presidencial pretende “enviar uma mensagem de fraternidade e solidariedade após os atos antissemitas intoleráveis que se seguiram ao jogo em Amesterdão esta semana”.

Por seu lado, as autoridades israelitas apelaram hoje aos apoiantes de Israel para evitarem deslocar-se ao jogo de quinta-feira em Paris.

“O Conselho de segurança nacional recomenda aos israelitas no estrangeiro que tomem precauções (…) sobretudo na próxima semana, e que evitem totalmente os eventos desportivos e eventos culturais em que participem israelitas, nomeadamente o próximo encontro da equipa de Israel em Paris”, lê-se no comunicado do organismo que funciona na dependência do primeiro-ministro.

A manifestação de quarta-feira terá lugar no mesmo dia em que decorre a gala “Israel forever”, um evento de apoio a Israel organizado por diversas personalidades de direita radical, que deve receber este ano em Paris o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich.

Associações, sindicatos e partidos de esquerda denunciaram a organização da gala, criticando particularmente a presença de Smotrich.

O chefe de polícia, Laurent Nuñez, deu entretanto o seu acordo à realização da gala.

Apesar de a organização EuroPalestine ter pedido a anulação da decisão do responsável policial, o tribunal administrativo decidiu no sábado não haver razão para proibir a gala.

Um total de 4.000 agentes das forças policiais vão ser mobilizados para o jogo de quinta-feira entre França e Israel, da Liga Nações de futebol, em Paris, segundo adiantou hoje o prefeito da polícia parisiense, Laurent Nuñez.

De acordo com o responsável, o número “corresponde a um dispositivo reforçado” e “pouco habitual” para um jogo de caráter internacional, mas tem em conta que se trata de um encontro classificado como de “alto risco”.

Nuñez lembrou o contexto geopolítico “muito tenso”, uma semana depois dos confrontos em Amesterdão, por ocasião do jogo entre Ajax e do Maccabi Telavive, que mereceram condenações de vários quadrantes internacionais.

“Não toleraremos quaisquer excessos e perturbações da ordem pública”, adiantou o responsável da polícia parisiense.

Últimas do Mundo

A polícia australiana considerou um “ato terrorista” contra a comunidade judaica o ataque com tiros na praia de Bondi, Sydney, que causou pelo menos 12 mortos.
Pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas com gravidade num tiroteio ocorrido no campus da Universidade Brown, nos Estados Unidos, informou o presidente da câmara de Providence.
Mais de 40% do território espanhol está num processo de degradação devido à atividade humana que pode conduzir a desertificação, segundo o primeiro "Atlas da Desertificação em Espanha", elaborado por cientistas de diversas universidades e publicado recentemente.
O número de vítimas das inundações e deslizamentos de terra que atingiram a Indonésia subiu para 1.003 mortos e 218 desaparecidos, anunciou hoje a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes.
Perante o colapso do sistema de asilo, o Governo britânico avançou com um método relâmpago: milhares de pedidos estão a ser aprovados sem entrevistas, apenas com base num questionário escrito. A oposição acusa Londres de “escancarar as portas” à imigração.
A cidade alemã de Salzgitter vai obrigar requerentes de asilo aptos para trabalhar a aceitar tarefas comunitárias, sob pena de cortes nas prestações sociais.
O homem que enganou Espanha, desviou dinheiro público e fugiu à Justiça acabou capturado em Olhão. Natalio Grueso, condenado por um esquema milionário de peculato e falsificação, vivia discretamente no Algarve desde que desapareceu em 2023.
O voo MH370 desapareceu a 8 de março de 2014 quando voava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 pessoas a bordo, incluindo 227 passageiros - a maioria dos quais chineses - e 12 membros da tripulação.
A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação à gigante tecnológica Google por suspeitar de violação da lei da União Europeia (UE), que proíbe abuso de posição dominante, ao impor "condições injustas" nos conteúdos de inteligência artificial (IA).
A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).