CHEGA é o único partido contra o aumento de salários dos políticos

“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

©️ Folha Naciona

“O que diriam os portugueses se quem os representa e lhes exige sacrifícios pelo país, não implemente, no Parlamento, o mesmo paradigma: menos gastos, menos excessos? Apenas e só quando os portugueses comuns viverem realmente bem é que devemos pagar mais aos políticos”, reforça o líder do CHEGA.
O CHEGA propõe a redução do vencimento mensal ilíquido dos titulares de cargos políticos em 12,5%, uma medida proposta, pela primeira vez, em plena pandemia. Em 2020, o CHEGA justificou esta proposta com o facto de que “Portugal continuava endemicamente, ano após ano, e pelas mais diversas razões, a exigir aos cidadãos portugueses que apertassem o cinto, num espartilhar de disponibilidade económica que entre o aumento histórico de impostos e a diminuição drástica da qualidade e dimensão do emprego, enfraqueciam diariamente a balança financeira das famílias e empresas nacionais”. Hoje, quatro anos depois, nada mudou.

“Num país onde se morre à espera de um ato médico no SNS [Serviço Nacional de Saúde], onde os polícias mexem no seu orçamento familiar para comprar coletes à prova de bala e onde os idosos ou têm dinheiro para comer ou para comprar medicamentos, este Orçamento continua, como nos anos anteriores, a não ser justo para os portugueses”, vinca Ventura.
Ano após ano, a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) pedia que se eliminasse o corte salarial aos titulares de cargos políticos de 5%, que vigora desde 2010, antes da chegada da troika, em resposta ao então governo liderado por José Sócrates à crise financeira que determinou no ano seguinte um pedido de ajuda internacional por parte Portugal. Agora, pede o PSD/CDS que se termine com esse corte.
“Este Governo só se preocupa em aumentar os salários dos políticos. Os portugueses podem queixar-se de não ter saúde nem pensões dignas, mas de políticos ricos isso é que não”, acusa Ventura.
Para o CHEGA, “muitas famílias lutam com dificuldades para pagar as suas prestações do crédito à habitação, para suportar o aumento das despesas com combustível, com gás, com eletricidade e, principalmente, com a alimentação, cujo preço acompanha diariamente a subida da inflação, sendo por isso justo que os políticos sejam solidários”.
Já o PSD/CDS considera esta medida como “a maior justiça da situação remuneratória dos titulares de cargos políticos e dos gestores públicos executivos e não executivos, incluindo os pertencentes ao setor público local e regional, e dos equiparados a gestores públicos, mediante a revogação da redução em 5% do respetivo vencimento mensal ilíquido”.
O PS, que vai aceitar esta mudança, quer, no entanto, que a revogação do corte seja apenas para os mandatos que se iniciem depois de janeiro.

Cortar autarcas para metade


O presidente do CHEGA, André Ventura, também apresentou na passada sexta-feira o objetivo de reduzir para metade o número de autarcas em Portugal nos próximos quatro anos.
“Temos autarcas e cargos eleitos a mais”, defendeu Ventura.
Durante a conferência de imprensa para apresentar as “cerca de 620 propostas de alteração” em fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2025, o líder do CHEGA afirmou que “nem todas as reformas podem ser populares”.
Ventura acrescentou que a proposta do partido, destinada a provocar “uma poupança de milhões”, deverá implicar que haja menos vereadores e deputados municipais, mas também uma redução do número de freguesias.
No que ao processo de discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 diz respeito, o CHEGA apresenta uma proposta para a redução em 15% da dotação orçamental para as despesas políticas dos municípios.

 

Últimas de Política Nacional

Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.
Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS e presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, criticou duramente o Governo, afirmando sentir “embaraço” por ter votado AD.
As subvenções vitalícias atribuídas a antigos responsáveis políticos e ex-juízes do Tribunal Constitucional deverão representar um encargo de 10,57 milhões de euros em 2026, valor que traduz uma subida próxima de 19% face aos 8,9 milhões orçamentados para 2025. Trata-se da despesa mais elevada desde 2019.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país. Em entrevista com Pedro Santana Lopes, no programa Perceções e Realidades do NOW, o candidato presidencial apoiado pelo CHEGA afirmou já estar habituado a enfrentar “todos contra nós”.
O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, disse hoje, depois de visitar Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital de São João, no Porto, onde o chefe de Estado foi operado, que não o vai substituir no cargo.
O Ministério Público questionou a alegada deslocação do antigo primeiro-ministro José Sócrates aos Emirados Árabes Unidos, admitindo que a viagem, a ter acontecido, poderá fazer parte de um plano de fuga e que as medidas de coação podem mudar.