Herpes zóster leva ao internamento de uma pessoa a cada dois dias

Cerca de 63 mil casos de herpes zóster foram diagnosticados num ano, uma doença que leva ao internamento de uma pessoa a cada dois dias e que custa anualmente ao país mais de 10 milhões de euros.

© D.R.

Os dados constam de um estudo hoje divulgado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e que estima que, entre julho de 2023 e junho deste ano, 62.985 adultos tiveram um diagnóstico de infeção por herpes zóster, das quais 67% tinham mais de 50 anos.

Vulgarmente conhecida por zona, trata-se de uma doença transmissível provocada pela reativação do vírus da varicela. Os sintomas começam com dor intensa ou comichão na pele, surgindo, alguns dias depois, umas manchas vermelhas que evoluem para bolhas com líquido e, posteriormente, crostas.

Os dados agora conhecidos indicam que a zona tenha um impacto anual de 10,2 milhões de euros, divididos entre os custos de tratamento em ambulatório, de internamentos e de absentismo laboral.

O custo direto médio para o Serviço Nacional de Saúde de um caso de herpes zoster, gerido em ambulatório, é de 114 euros, o que representa um encargo de 7,2 milhões de euros por ano, refere o estudo a que a Lusa teve acesso.

Já em relação a um caso de hospitalização, com a duração média de 13,7 dias, o custo médio apurado foi de 2.935 euros.

“A cada dois dias, um português foi internado devido a esta doença, sendo a despesa total associada a estas hospitalizações de 560.696 euros”, alerta ainda o documento, ao salientar também que o absentismo laboral associado a herpes zóster tem um impacto económico total anual de 2,4 milhões de euros.

“Inferiu-se também que, durante os 11 anos em que a vacina se mostrou eficaz, existe um potencial de evitar que parte dos 520 mil portugueses afetados recorram a cuidados de saúde relacionados com episódios de zona”, refere.

Segundo a APMGF, apesar da prevalência da doença em Portugal e de vários países já terem incluído a vacina nos seus calendários vacinais, o Ministério da Saúde respondeu com “sucessivos adiamentos quando confrontado com o pedido de atualização do Programa Nacional de Vacinação”.

“Existe um consenso alargado sobre a urgência de tomar uma decisão sobre a introdução desta vacina” em Portugal, alertou o presidente da associação, Nuno Jacinto.

Já em setembro, especialistas e doentes apelaram ao Governo para incluir a vacina contra a zona no Programa Nacional de Vacinação, sublinhando que cada internamento por esta doença custa cerca de 3.000 euros ao Estado.

“Numa altura em que o Governo prepara o Orçamento do Estado para 2025, queremos apelar à importância de assegurar o investimento na prevenção da doença como o melhor garante da sustentabilidade do SNS e de maior qualidade de vida para os Portugueses”, defenderam numa carta aberta dirigida à ministra da Saúde, à diretora-geral da Saúde e aos deputados à Assembleia da República.

Ao contrário de outras vacinas presentes no Programa Nacional de Vacinação, segundo os estudos mais recentes, esta vacina garante proteção durante, pelo menos, 11 anos.

A vacina faz parte do Programa Nacional de Vacinação da maioria dos países europeus, entre eles, Espanha, Itália, Grécia, Suíça, Luxemburgo, Reino Unido, Bélgica, Países Baixos, Polónia, Alemanha, Eslovénia e Chipre, existindo recomendações da sua utilização em 19 países europeus.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) já está a disponibilizar o heliporto que fica situado na sua sede, em Lisboa, ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) para transporte de órgãos.
Os hospitais públicos devem garantir que têm profissionais suficientes para poder dar altos aos utilizadores nos três dias em que o Governo concedeu tolerância de ponto, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.
Sete homens, com idades entre os 30 e os 41 anos, foram detidos por tráfico de droga nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos (distrito de Santarém), Sintra (Lisboa), Setúbal e Vendas Novas (Évora), revelou hoje a GNR.
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) manifestou hoje preocupação com o alerta dos internistas da ULS do Tâmega e Sousa sobre a sobrecarga assistencial, assegurando que irá acompanhar o processo e intervir para promover soluções.
A Agência Portuguesa do Ambiente chumbou as alterações que o consórcio AVAN Norte queria fazer à linha de alta velocidade, nomeadamente alterar a estação de Gaia e construir duas pontes, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.
A produção de vinho em Portugal teve uma quebra de 14% na campanha de 2025/2026, para 5,9 milhões de hectolitros, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
O Hospital de Vila Franca de Xira tem mais de 80 camas contratualizadas para doentes que já tiveram alta clínica, num investimento superior a seis milhões de euros por ano, revelou hoje o presidente do conselho de administração.
Os preços dos bilhetes nos serviços CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026, mas o custo dos passes não vai ter alterações, anunciou hoje a empresa.
O bolo-rei foi a última grande mudança na ceia de Natal tradicional portuguesa. Mais de 100 anos depois de sua introdução, o investigador acredita que este doce poderá começar a perder a centralidade que conquistou.
A GNR e a PSP detiveram nos últimos quatro dias uma média de 76 condutores por dia por excesso de álcool no sangue, no âmbito de operações de fiscalização mais rigorosos em virtude da quadra festiva.