“Consideramos necessário que a Alemanha saia da UE e crie uma nova Comunidade Europeia”, lê-se no programa eleitoral divulgado pela imprensa alemã e que deverá ser aprovado no congresso do AfD em janeiro, antes das eleições de 23 de fevereiro.
O programa é claramente contra a união monetária, contempla o resgate do euro “ilegítimo” e nota uma “transformação gradual” da UE num Estado central que nunca foi legitimado democraticamente.
Sobre a política externa, o programa defende o restabelecimento das relações económicas com a Rússia, suspendendo as sanções, além de argumentar que o futuro da Ucrânia é fora da NATO e da UE.
O programa inclui secções que reiteram os apelos do partido para reduzir a imigração e restringir o direito de asilo, assim como a rejeição da transformação energética e das políticas contra alterações climáticas.
“É um fenómeno global causado por muitos fatores. A questão do envolvimento humano neste fenómeno é algo que não está cientificamente esclarecido. Não se deve permitir uma chamada viragem energética com custos na ordem dos milhares de milhões”, defende a AfD, que enumera vantagens nas emissões de dióxido de carbono e defende o regresso à energia nuclear e a inversão do abandono progressivo do carvão.
O programa tem ainda um capítulo crítico da alegada demonização do “homem branco” e ataques a organizações multilaterais como a ONU ou a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas quais o partido vê uma tendência para se tornarem governos supranacionais sem legitimação democrática.
O AfD apela a uma reforma da OMS ou à saída da Alemanha da mesma.
Na política de saúde, o programa defende a medicina alternativa e pronuncia-se contra a alegada pressão sobre os cidadãos para serem vacinados contra determinadas doenças.
O AfD está em segundo lugar em todas as sondagens, com 17 a 19%. Os outros partidos excluíram a possibilidade de formar uma coligação com a direita.