Com este “consistório ordinário”, o 10.º desde que foi eleito em 2013, o jesuíta argentino, quase a cumprir 88 anos, continua a consolidar o legado e a moldar o Colégio Cardinalício à sua imagem.
Assim, Francisco terá escolhido mais de 78% dos 140 cardeais eleitores, aqueles com menos de 80 anos, que vão participar no próximo conclave, durante o qual é necessária uma maioria de dois terços para eleger um papa.
Desde a eleição, Jorge Bergoglio tem dado destaque a dioceses remotas, naquilo a que chama “as periferias”, alguma das quais onde os católicos estão mesmo em minoria, rompendo com a prática de destacar sistematicamente alguns arcebispos de grandes dioceses, como Milão ou Paris.
Cinco bispos da América Latina (Equador, Chile, Brasil, Peru e Argentina), dois de África (Costa do Marfim e Argélia) e a Ásia-Pacífico, a região que registou a maior expansão na última década, está representada pelo belga Dominique Joseph Mathieu, arcebispo de Teerão-Ispahan, pelo arcebispo de Tóquio e pelo bispo da comunidade ucraniana de Melbourne (Austrália).
A escolha dos cardeais cabe exclusivamente ao chefe da Igreja Católica, com a missão de assistir o papa no governo central da Igreja.
Alguns vivem em Roma e ocupam cargos na Cúria (o “governo” do Vaticano), mas a maioria exerce nas dioceses de origem. Francisco também criou um “Conselho de Cardeais” de nove membros, apelidado de “C9”, para o ajudar a governar e a reformar a Cúria.
A nomeação dos cardeais pode indicar a possível linha do futuro líder da Igreja Católica, tanto mais que Francisco deixou a “porta aberta” para uma demissão, tal como fez o antecessor Bento XVI.
Portugal conta quatro cardeais eleitores e que podem ser eleitos: Américo Aguiar, António Marto, Manuel Clemente e Tolentino Mendonça.