“Infelizmente, ao nosso redor vemos como a pretensão do primeiro pecado, o de querer ser como Deus, continua a ferir a humanidade, e como esta presunção de autossuficiência não produz nem amor nem felicidade”, disse o papa na homilia de uma celebração com 21 novos cardeais e no dia em que se celebra a Imaculada Conceição.
E perguntou: “De que adianta ter dinheiro no banco, conforto nos apartamentos, contratos falsos no mundo virtual, se os corações permanecem frios, vazios ou fechados? Para que servem os elevados níveis de crescimento financeiro dos países privilegiados, se metade do mundo morre de fome e de guerra, enquanto o resto assiste com indiferença?”.
Está previsto que hoje Francisco vá à Escadaria Espanhola, no centro de Roma, para prestar a tradicional homenagem à Imaculada Conceição.
Esta eucaristia foi celebrada juntamente com os novos cardeais que foram nomeados no consistório deste sábado.
“São irmãos a quem pedi que me ajudassem no serviço pastoral da Igreja universal”, disse ele explicou.
Francisco celebrou neste sábado o seu décimo consistório no qual nomeou 21 novos cardeais, e entre eles receberam o barrete e o anel cardinalício: o arcebispo de Lima, Carlos Castilo Mattasoglio, o de Santiago do Chile, Fernando Natalio Chomali Garib, o de Santiago del Estero e primaz argentino, Vicente Bokalic Iglic, o de Guayaquil, o equatoriano Gerardo Luis Cabrera e o arcebispo brasileiro de Porto Alegre, Jaime Spengler.
Com estas nomeações, provenientes de 17 países diferentes e presenças de todos os cinco continentes, o número de membros do colégio cardinalício sobe para 253, entre eles, 140 são os que têm direito de voto, o maior número alguma vez registado desde que Paulo VI estabeleceu o número máximo de eleitores que é de 120.
Em 2025 prevê-se que 14 completem 80 anos.
Com estas nomeações, Francisco deixou a sua marca no futuro conclave para eleger o próximo papa, já que quase 80% dos cardeais que entrarão na Capela Sistina foram eleitos durante o seu pontificado.