PORTUGUESES QUEREM MENOS IMIGRANTES EM PORTUGAL

“Os portugueses estão do lado do CHEGA”, reivindica André Ventura, após ter tomado conhecimento dos resultados do Barómetro da Imigração, “que dá razão ao CHEGA”, divulgado por ocasião do Dia Internacional das Migrações.

© D.R.

Os dados mostram que cerca de dois terços dos portugueses querem menos imigrantes provenientes do subcontinente indiano, consideram a política de imigração demasiado permissiva e acusam os imigrantes de contribuírem para mais criminalidade – todos temas que retratam uma das principais bandeiras do CHEGA e que, para André Ventura, “nunca é demais repetir e voltar a repetir”. Será caso para dizer, tal como o dito popular: “a repetição gera o aprendizado”?

“Este estudo parece-me evidente: as pessoas querem mais controlo na imigração, querem um regime de quotas de imigração e querem, sobretudo, algo que ainda vamos insistir ainda este ano, é que quando alguém comete crimes seja devolvido ao seu país de origem. Esta medida vamos voltar a apresentar ainda este ano, as outras serão igualmente apresentadas novamente”, declara Ventura aos jornalistas, em conferência de imprensa.

O Barómetro da Imigração é um inquérito alargado da Fundação Francisco Manuel dos Santos que divulga que cerca de 63% dos inquiridos querem uma diminuição dos imigrantes do subcontinente indiano em Portugal.
O mesmo estudo conclui que 68% dos inquiridos consideram que a “política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes”, 67,4% dizem que contribuem para mais criminalidade e 68,9% consideram que ajudam a manter salários baixos. “Nada disto é contrário com o que o CHEGA tem dito”, ressalva Ventura, salientando que “o Governo não pode ficar indiferente ao que dizem os portugueses.”
“Não foi o CHEGA que andou a responder aos inquéritos e ao estudo. Quando o estudo não diz o que queremos dizem que a culpa é do CHEGA que anda a manipular a opinião das pessoas. Se fosse o PS ou PSD diziam apenas que é a opinião das pessoas”, alegou. Este barómetro avaliou, pela primeira vez, o sentimento dos portugueses em relação aos imigrantes provenientes da Índia, Nepal e Bangladesh, verificando-se que 63% quer uma diminuição, o que não sucede com mais nenhum grupo.
A maioria dos inquiridos (cerca de 68%) “considera que a política de imigração atualmente em vigor permite uma entrada demasiado facilitada, defendendo ainda que seria mais benéfico para o país uma política que garantisse uma entrada mais regulada (75,8%)”. Segundo os autores, “grande parte dos inquiridos considera-a mais como uma ameaça do que como uma oportunidade.”

“Se pudermos fazer uma escolha de quem são os imigrantes e de onde vêm seria melhor. Há uma clara relutância dos portugueses com a imigração do continente indiano. Os portugueses estão a pedir que se faça um trabalho de regulamentação prévia da imigração. Com os dados deste estudo entendemos porque é que este Parlamento não quer um referendo”, vincou o líder do CHEGA.
Segundo o Expresso, uma campanha direcionada a imigrantes ilegais juntou várias forças de segurança, no mês passado, e deteve mais de 41% de pessoas em comparação com novembro do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI). O objetivo desta campanha, de acordo com o MAI, era “aumentar o sentimento de segurança dos cidadãos”, com foco no “combate à criminalidade violenta e ao tráfico de droga.”

“Este Parlamento vai dar um primeiro passo histórico. Um primeiro passo para acabar não com o direito à saúde, mas com aqueles que, em Portugal, tornaram a saúde num só um negócio deplorável, como de acesso universal a todos aqueles que nunca pagaram um cêntimo para o nosso Serviço Nacional de Saúde”, começa por discursar Ventura, em plenário.
O “Turismo de Saúde” foi tema de debate no Parlamento, na quinta-feira da semana passada, a pedido do CHEGA, pois “se não há saúde para os nossos, não haverá para mais ninguém.” Propostas do CHEGA foram apresentadas, incluindo quatro projetos de lei que visam restringir o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) por estrangeiros não residentes. Dois projetos de lei do partido liderado por André Ventura, sobre as condições de acesso de cidadãos estrangeiros não residentes ao SNS e sobre o pagamento pelos serviços prestados no SNS, foram aprovados com os votos a favor dos partidos proponentes.

“Portugal tem o serviço de saúde que mais esgota recursos, que não tem, para quem vem de fora”, começa por discursar Ventura, apontando o dedo ao PS por ter deixado o SNS “numa autêntica bandalheira.”
“O PS tem falta de vergonha na cara, pois governou oito anos e deixou o SNS no estado em que está. A doutrina é que quem vem de fora contorna a lei, mas quem cá está paga. Trata-se de um gozo permanente de quem paga o serviço nacional de saúde todos os dias. Olhem para a bandalheira que isto está e se nada fizermos somos cúmplices de um sistema que está podre por dentro”, acusa Ventura. Nesta senda, Ventura realça: “Se um português não paga a luz, é executado até ao tutano, mas se um angolano, moçambicano ou cabo-verdiano não paga a saúde, é lhes dada mais uma borla do nosso sistema.”

A proposta de lei do CHEGA pretende alterar a Lei de Bases da Saúde de 2019 para limitar o acesso ao SNS a estrangeiros que não residam em Portugal, só lhes permitindo aceder aos cuidados de saúde públicos em casos de emergência ou mediante pagamento.
“Os imigrantes estão a vir a Portugal para ter filhos à nossa conta.
O CHEGA defende os portugueses, pois o SNS diz respeito aos contribuintes. Lá fora, existe a obrigatoriedade de seguro, por isso, quem vem a Portugal tem de pagar”, finalizou.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.