Blinken quer reforço da aliança com Japão apesar de caso da US Steel

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, disse hoje esperar um reforço das relações entre o Japão e os Estados Unidos face aos “desafios globais”, apesar do diferendo em torno da empresa US Steel.

© Facebook U.S. Department of State

“O Japão e os Estados Unidos estão a reforçar as suas relações não só na região, mas também em termos de questões globais”, disse o secretário de Estado norte-americano, em Tóquio.

“Embora haja uma transição de administração nos Estados Unidos, continuaremos a avançar de forma constante para enfrentar vários desafios”, acrescentou Blinken, no início de um almoço de trabalho com o homólogo japonês, Takeshi Iwaya.

O diplomata deverá ser substituído por Marco Rubio com a tomada de posse, a 20 de janeiro, do Presidente eleito Donald Trump.

Esta visita “mostra não só a importância, a centralidade que os Estados Unidos atribuem à nossa aliança”, disse Blinken.

“Esta aliança, acredito, está realmente mais forte do que nunca”, disse o secretário de Estado, sublinhando a necessidade de coordenação face às ameaças da Coreia do Norte.

O regime de Pyongyang lançou um míssil balístico em direcção ao mar do Japão enquanto Blinken se encontrava de visita à Coreia do Sul.

Iwaya reiterou que gostaria de “continuar a elevar a aliança Japão-EUA a novos patamares” e comprometeu-se a ter uma conversa abrangente com Blinken sobre o estado actual das relações bilaterais.

O encontro aconteceu um dia depois da empresa japonesa Nippon Steel e da norte-americana US Steel anunciarem uma ação na justiça contra a administração de Joe Biden por “ingerência ilegal” no projeto de aquisição da siderurgia norte-americana pelo grupo nipónico.

Num comunicado conjunto, os dois grupos indicaram que interpuseram recurso num tribunal dos Estados Unidos, considerando que Biden usou a sua influência de forma indevida para fins políticos.

Biden anunciou na sexta-feira a decisão de bloquear a compra da US Steel pela japonesa Nippon Steel por motivos de segurança nacional e para garantir que “os Estados Unidos têm uma indústria nacional de aço forte”.

“Esta aquisição colocaria um dos grandes produtores de aço norte-americanos sob controlo estrangeiro e teria criado riscos para a nossa segurança nacional e para as nossas cadeias de abastecimento essenciais”, afirmou Biden, em comunicado.

O sindicato dos metalúrgicos norte-americanos tinha manifestado a sua firme oposição à fusão, uma operação avaliada em quase 15 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros), enquanto a Nippon Steel a considerava uma tábua de salvação para um setor industrial em dificuldades.

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, com quem Blinken deverá reunir-se na terça-feira, pediu a Washington que explicasse os riscos para a “segurança nacional” que levaram Biden a rejeitar a operação, de forma a “dissipar as preocupações” dos industriais japoneses.

Últimas do Mundo

A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).
Ministério Público holandês está a pedir penas que podem chegar aos 25 anos de prisão para um pai e dois filhos acusados de assassinarem Ryan Al Najjar, uma jovem síria de 18 anos que, segundo a acusação, foi morta por se recusar a seguir as regras tradicionais impostas pela própria família.
Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.