Ventura admite pedir “investigação” a empresa familiar de Montenegro

O líder do CHEGA admitiu hoje pedir à Entidade para a Transparência que investigue a empresa familiar do primeiro-ministro, bem como ao seu património e "do seu círculo familiar", caso não fique satisfeito com as respostas de Luís Montenegro.

© Folha Nacional

“Caso as respostas que o primeiro-ministro dê na sexta-feira também não sejam esclarecedoras sobre esta matéria, mesmo que a moção de censura não passe, fruto das maiorias políticas desta casa, nós vamos pedir à Entidade da Transparência que abra uma investigação a esta empresa, ao património do primeiro-ministro e ao património do seu círculo familiar”, afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ter ficado definido que a moção de censura ao Governo que o seu partido apresentou será debatida e votada na sexta-feira à tarde.

“Ou nós conseguimos ter a noção de quem pagou esta empresa, quem são os seus clientes e qual é o seu verdadeiro titular, ou nós teremos que pedir à Entidade da Transparência e ao Ministério Público que iniciem uma investigação ao caso do património do primeiro-ministro”, afirmou.

O líder do CHEGA criticou Luís Montenegro por “não dar explicações à imprensa, aos partidos da oposição”, e usar as redes sociais para remeter esclarecimentos para sexta-feira, no parlamento, por se encontrar no Brasil, e “por respeito” ao parlamento e à 14.ª Cimeira Luso-Brasileira.

“Isto levanta-nos a suspeita fundada de que o primeiro-ministro nos está a esconder alguma coisa e que está a esconder do país alguma coisa particularmente grave”, considerou André Ventura.

O presidente do CHEGA quer saber quem são os clientes da empresa fundada pelo agora primeiro-ministro e defendeu que Luís Montenegro “ainda é dono”, numa referência a uma nova notícia do Correio da Manhã que refere que o líder do executivo não podia vender à mulher a sua quota na empresa uma vez que são casados em comunhão de adquiridos e a empresa Spinumviva foi constituída após o casamento.

Nesta conferência de imprensa, André Ventura falou também sobre o adiamento, a pedido do CHEGA, da votação das alterações à lei dos solos e considerou que são precisos “mecanismos mais fortes para garantir que [esta lei] não se vai tornar numa espécie de via verde da corrupção local”.

Acusou também PS e PSD de estarem “pouco interessados em levar a cabo esses mecanismos” e terem “acordado entre si aprovar única e exclusivamente as suas propostas” e indicou que o seu partido vai apresentar propostas como “a existência de um canal de denúncias protegido sobre esta matéria a nível local” ou a criação de uma “ficha prévia de incompatibilidades”.

O Correio da Manhã tem noticiado desde sábado que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente e que tem sede na própria residência do líder do executivo. Uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos.

Porém, o primeiro-ministro tem classificado como “absurda e injustificada” a sugestão de que poderá existir um conflito de interesses por a sua família deter uma empresa. Luís Montenegro adiantou que, do vasto objeto social dessa empresa, apenas teve execução a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.