Produtores de arroz apontam perdas de 30 milhões e pedem aos deputados soluções

O diretor executivo do Agrupamento de Produtores de Arroz de Vale do Sado (APARROZ) anunciou hoje, no parlamento, que o arroz está a ser vendido abaixo do custo e que os produtores perderam 30 milhões de euros, pedindo soluções aos deputados.

© D.R.

“Em dezembro, juntámos na associação dos regantes os produtores de arroz. A sala foi pequena. Este ano, produzimos arroz abaixo do preço de venda. Perdemos 30 milhões de euros no conjunto do país. Senhores deputados, era bom que apontassem isto. Já tínhamos feito o investimento”, afirmou João Reis Mendes, que falava na comissão parlamentar de agricultura.

A APARROZ pediu assim aos deputados desta comissão que ajudem os produtores a encontrar solução para este problema, lembrando que Portugal não consegue concorrer com produtores externos da Europa.

Na mesma sessão, o presidente da Associação dos Agricultores do Baixo Mondego (AABM), José Manuel Pinto da Costa, assinalou que estes produtores são “guardiões das paisagens e ecossistemas”, pedindo sensibilidade para estas matérias.

José Manuel Pinto da Costa sublinhou ser necessário garantir que o setor gera alguma riqueza, de modo a motivar os produtores a fixarem-se no território, o que disse que tem vindo a ser difícil.

Por sua vez, o presidente da direção da Associação de Orizicultores de Portugal (AOP), Carlos Parreira do Amaral, notou que Portugal é o país da Europa com a média de idades dos orizicultores mais avançada – 67 anos.

Este responsável avisou ainda que os produtores estão a perder o combate contra as infestações, que ocupam um espaço cada vez maior.

Neste sentido, a associação apresentou ao GPP – Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral um documento técnico onde propõe, entre outras medidas, a adoção de um pousio sanitário.

Já o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, garantiu empenho em valorizar o arroz nacional e a produção, de forma geral.

Lobo Xavier disse existir hoje um grande desconhecimento sobre as potencialidades do arroz, pedindo investimento em informação e comunicação.

A APED sublinhou ainda que muitas vezes a escolha dos portugueses tem mais em conta o preço do arroz do que a sua origem, mas lembrou que existe uma grande competitividade em termos de oferta.

Adicionalmente, quer uma rotulagem mais clara, “que evidencie a qualidade dos produtos e a produção” e uma ligação próxima aos retalhistas para que estes possam ser “canais de exportação internacional”.

Nesta audição estiveram também representadas a Casa do Arroz, a Associação Nacional dos Industriais do Arroz (ANIA), o Centro de Competências do Arroz (COTARROZ), os Orizicultores do Ribatejo (Orivázea), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) que, na primeira ronda de intervenções, fizeram uma apresentação sobre a sua atividade.

Últimas de Economia

As perdas devido a fraudes com cartões e transferências totalizaram 8,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, acima dos cinco milhões de euros do primeiro semestre de 2023, segundo dados do Banco de Portugal.
As vendas a retalho aumentaram, em março, 1,5% na zona euro e 1,4% na União Europeia (UE), face ao mês homólogo e recuaram 0,1% em ambas na comparação mensal, divulga hoje o Eurostat.
As renegociações de crédito à habitação voltaram a recuar em março, para 430 milhões de euros, menos 39,6% em termos homólogos e 34 milhões de euros face a fevereiro, de acordo com dados hoje divulgados pelo regulador bancário.
O preço médio da eletricidade doméstica na União Europeia (UE) permaneceram praticamente estáveis, no segundo semestre de 2024, e acima dos níveis registados antes da crise energética de 2022, com Portugal a apresentar o maior aumento (14,2%).
O preço médio do gás doméstico na União Europeia (UE) aumentou, no segundo semestre de 2024, para 12 euros/100 kWh, com Portugal a apresentar o mais elevado (16,6 euros) em paridade de poder de compra, divulga o Eurostat.
O Governo prorrogou o prazo para a comunicação de faturas de abril até à próxima sexta-feira, depois da denúncia da Ordem dos Contabilistas relativamente a falhas persistentes no Portal das Finanças.
O Novo Banco aprovou uma redução do capital em 1.100 milhões de euros, que vai ser distribuído pelos acionistas, no valor de 2,20 euros por ação, foi hoje comunicado ao mercado.
A Deco avançou com uma ação judicial contra a Apple devido às sobretaxas de ‘streaming’ de música, acusando a tecnológica de abusar da sua posição no mercado, e exige que os consumidores sejam compensados.
A União Europeia (UE) multou hoje o TikTok em 530 milhões de euros, depois de uma investigação ter concluído que as transferências de dados da aplicação para a China violaram as regras de privacidade da UE, avança a Associated Press.
A taxa de inflação homóloga terá aumentado para 2,1% em abril, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior, segundo a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).