Medicamentos genéricos geraram poupança recorde de 670,5 milhões em 2024

Os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias permitiram às famílias e ao Estado poupar um recorde de 670,5 milhões de euros no ano passado, mais 15,4% do que em 2023, foi anunciado esta quinta-feira.

© D.R.

Em dois meses, em 2025, esse valor já ultrapassa os 106 milhões de euros, segundo um comunicado conjunto da Associação Nacional das Farmácias (ANF) e da Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde (EQUALMED).

“A cada segundo que passa, a dispensa de medicamentos genéricos nas farmácias comunitárias gera um valor de 21,20 euros às famílias portuguesas e ao Estado”, referem as associações.

De acordo com os dados hoje divulgados, os genéricos permitiram alocar à saúde um financiamento superior a 670,5 milhões de euros, quase mais 90 milhões do que em 2023, o número mais alto desde que se contabilizam estes dados, há 14 anos.

No total, entre 2011 e 2024, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos no valor de 6.530 milhões de euros.

Em 2024, foram ainda dispensadas mais de 114 milhões de embalagens de genéricos nas farmácias comunitárias, representando um crescimento de 6,89% face ao ano anterior.

O presidente da EQUALMED, João Paulo Nascimento, realça no comunicado que os genéricos são “tecnologias de saúde imprescindíveis” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Num cenário marcado pela progressiva longevidade e pelo aumento das doenças crónicas, tendência que se tem intensificado no crescimento dos encargos farmacêuticos, os medicamentos genéricos têm um impacto social direto a longo prazo que vai muito além das poupanças. No plano da acessibilidade, os genéricos reduzem as desigualdades, ampliam a cobertura e a adesão terapêutica”, salienta.

João Paulo Nascimento sublinha ainda que os genéricos “garantem um mercado mais competitivo” e “permitem uma gestão mais eficiente dos recursos”, fomentando “a sustentabilidade dos orçamentos da saúde”.

“Ainda assim, estas mais-valias, que também se refletem na criação de postos de trabalho, no equilíbrio da balança comercial e na soberania do medicamento, só são possíveis com o incentivo ao desenvolvimento de uma indústria transformadora previsível e atrativa que continue a aportar valor para todo o sistema”, sustenta.

Por seu lado, a presidente da ANF, Ema Paulino, observa que “as farmácias portuguesas têm desempenhado um papel determinante no aumento da dispensa de medicamentos genéricos, um objetivo nacional para a sustentabilidade do mercado do medicamento”.

Congratulando-se com os resultados registados em 2024, Ema Paulino afirma, no entanto, que “será essencial avançar com a revisão do modelo de incentivos à dispensa de genéricos para as farmácias comunitárias, prevista no Orçamento do Estado para 2025”.

Para a responsável, a revisão do modelo irá contribuir “para o contínuo crescimento da quota de mercado dos medicamentos genéricos”.

O contador do valor gerado com os medicamentos genéricos está disponível, em tempo real, na página da EQUALMED (https://equalmed.pt/medicamentos-genericos/) na Internet.

Últimas de Economia

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a taxa de inflação homóloga foi de 2,3% em outubro, menos 0,1 pontos percentuais do que a verificada em setembro.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,8% até setembro, face ao mesmo período de 2024, para 57,028 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O índice de volume de negócios nos serviços subiu 2,6% em setembro face ao mesmo mês de 2024, mas desacelerou 0,2 pontos percentuais relativamente a agosto, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O preço da carne de novilho não para de subir e já pesa no bolso dos portugueses. Em apenas dois anos, o quilo ficou 5 a 6 euros mais caro, um aumento de quase 100%, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela alta dos cereais que alimentam o gado.
As três maiores empresas do setor energético exigem a devolução de milhões de euros pagos ao Estado através da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), um imposto criado para financiar a redução da dívida tarifária e apoiar políticas ambientais, mas que, segundo o tribunal, foi aplicado de forma ilegal no setor do gás natural.
As exportações de bens aumentaram 14,3% e as importações subiram 9,4% em setembro, em termos homólogos, acumulando um crescimento de 1,9% e 6,5% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.