O Partido Socialista anunciou a mudança no sentido de voto na moção de censura ao Governo que o PCP apresentou e debatida na quarta-feira – iriam votar contra, mas o voto final foi abstenção.
A postura do PS sobre os mais variados temas tem sido, no mínimo, esquizofrénica. Começou no Orçamento de Estado em que a maioria dos deputados socialistas queria o voto contra o OE, como partido da oposição cujas demandas não foram satisfeitas – tinham dito que só assim viabilizariam o orçamento.
Ainda assim, o PS deu a mão ao PSD e, num esforço coligado, fizeram passar o OE 2025. Depois, o líder der dos socialistas voltou atrás nas considerações sobre as políticas migratórias do PS – contrariando de novo vários nomes da bancada do PS, o seu líder criticou a regularização de migrantes através da manifestação de interesse e disse que a imigração “tinha de ser regulado” – isto depois de várias vezes o CHEGA ter apresentado propostas neste sentido e terem sido rotundamente chumbadas pelo PS.
Recentemente, o PS passou da desvalorização do caso “Spinumviva” que envolve o primeiro-ministro, a um voto contra a moção de censura apresentada pelo CHEGA, para depois reunir o partido e dizer que afinal o caso é grave e o assunto é sério o suficiente para… uma comissão de inquérito.
Quando achávamos que o PS iria encarar o assunto com a gravidade que lhe reconhecem, eis que num passo de magia evitam a queda do Governo com o anúncio de uma CPI. Acrescenta ainda que não irá propor nem votar a favor de uma moção de censura, ajudando a perpetuar a atitude que diz condenar, mas que se o Governo quiser cair, fará o favor de o derrubar.
Este PS que diz ser oposição mas na hora H dá a mão ao Governo que está dependente do PS para sobreviver, tem sido um verdadeiro catavento e refugia-se nas mais inusitadas desculpas tentando tapar o que está à vista de todos – esta é a grande farsa do PS que apenas está preocupado consigo próprio e com o facto de estar despreparado para um ato eleitoral, fugindo ferozmente das eleições.