Governo admite retirar moção de confiança se a comissão de inquérito a Montenegro desaparecer

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, admitiu, em entrevista ao Observador, que, caso o PS recue e desista da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a Luís Montenegro, estarão reunidas as condições para que o Governo retire a moção de confiança.

© Folha Nacional

Apesar de defender o atual primeiro-ministro, Manuel Castro Almeida reconhece que este deveria ter “dado explicações mais cedo sobre o caso”.

No entanto, afirma que “o Governo pode recuar na moção de confiança se o PS se der por satisfeito com as respostas que o primeiro-ministro vai entregar, entretanto, no Parlamento e desistir da comissão parlamentar de inquérito”.

Este ultimato, feito pelo PSD, reflete o receio de Luís Montenegro em enfrentar uma CPI e responder às perguntas e dúvidas de todo o país sobre os seus negócios.

Castro Almeida disse também que “todas as perguntas que foram colocadas por escrito serão respondidas antes da moção de confiança”.

Sobre a possibilidade de o PSD propor alguém para substituir Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro, o ministro considerou que “isso está totalmente fora de causa” e é “um não assunto”.

Nesta entrevista ao Observador, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial defendeu que o assunto da empresa Spinumviva “está suficientemente explicado”.

“Receio que estejamos a passar um pouco para lá dos limites. Está criada uma certa ideia de diabolizar alguém que tenha uma empresa pelo simples facto de ter uma empresa”, criticou.

Sobre a forma como o primeiro-ministro tem lidado com o tema, desde que saíram as primeiras notícias, Manuel Castro Almeida disse que “a única coisa mais discutível tem a ver com o calendário, com o ‘timing’ das explicações”.

“Isso é discutível. Se calhar, na própria cabeça do primeiro-ministro, também notará isso. Essa parte é discutível. Agora, quanto ao conteúdo, quanto à natureza das opções que tomou… Reparem, não o vi, até hoje, ter sido acusado de nada. Não vi sequer nenhuma insinuação ou nenhuma suspeita de que ele tivesse beneficiado alguma das empresas que eram clientes da empresa que foi sua”, afirmou.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes apelou na quinta-feira ao Presidente da República para fazer uma “última tentativa” junto do primeiro-ministro e do PS para evitar eleições, considerando-as indesejáveis face ao atual cenário internacional e à execução do PRR.

Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.

* Notícia atualizada com informação da Lusa

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, são parecidos e estão sob suspeitas de falta de integridade, defendendo que não têm condições para governar.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, já havia afirmado por diversas vezes que pretendia reduzir o número de deputados com assento na Assembleia da República e, durante a campanha para as eleições regionais da Madeira, que decorrerão no próximo domingo, expressou também a sua intenção de reduzir o número de deputados nos parlamentos regionais.
O Presidente do CHEGA e candidato a primeiro-ministro deixa claro que o seu objetivo é “formar um governo de direita em Portugal e acabar com os vícios do socialismo no nosso país”.
André Ventura considera “uma vergonha” que partidos se unam para evitar que o relatório final do inquérito ao caso das gémeas atribua responsabilidades a Marcelo Rebelo de Sousa e a Lacerda Sales.
As candidaturas às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio podem ser apresentadas até 07 de abril, e o voto antecipado em mobilidade decorre no dia 11 de maio, segundo o calendário hoje divulgado pela CNE.
O cabeça de lista do CHEGA às eleições do próximo domingo na Madeira, Miguel Castro, reafirmou hoje que o PSD terá de afastar Miguel Albuquerque, atual chefe do executivo, se precisar do apoio do partido para formar governo.
O Presidente da República promulgou hoje o diploma que estabelece o regime de mobilidade de docentes por motivo de doença, substituindo as regras aprovadas pelo anterior executivo e muito contestadas pelos professores.
Faltam poucos dias para as eleições regionais da Madeira, marcadas para 23 de março, e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já recebeu 39 queixas sobre a campanha.
A Iniciativa Liberal (IL) e o seu líder, Rui Rocha, têm-se posicionado como defensores do respeito e da liberdade de expressão, no entanto, o partido tem estado frequentemente envolvido em polémicas relacionadas com insultos.
O líder do CHEGA anunciou hoje que vai enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) as conclusões da relatora, do seu partido, que foram rejeitadas na íntegra pela comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras.