Relação confirma condenação de ex-diretor de infraestruturas do MAI

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a condenação a sete anos e nove meses de prisão do antigo diretor de infraestruturas do Ministério da Administração Interna por participação económica em negócio, abuso de poder e falsificação de documentos.

© LUSA/Tiago Petinga

João Alberto Correia havia sido condenado em outubro de 2023 a quase oito anos de prisão por dezenas de crimes de participação económica em negócio, abuso de poder e falsificação de documentos, depois de ter sido ordenada a repetição do julgamento realizado em 2018 por questões ligadas à prova dos crimes.

O antigo responsável do Ministério da Administração Interna (MAI) foi absolvido em julgamento dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais de que estava acusado.

No entanto, no acórdão de 05 de março, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso de João Alberto Correia e outros arguidos, mantendo para o antigo diretor do MAI “na íntegra, a decisão recorrida”, ou seja, confirmando a condenação em cúmulo jurídico a sete anos e nove meses de prisão e a pena acessória de exercício da função que desempenhava por cinco anos.

O acórdão que confirma a condenação é particularmente duro na contestação à argumentação defensiva de João Alberto Correia e mesmo reconhecendo que o recurso não é da sua autoria e responsabilidade aponta-lhe uma “completa falta de interiorização dos valores da sociedade e da elevadíssima ilicitude dos factos que praticou”.

À alegação para contestar a dimensão da pena de que o tribunal o encarou como “o alfa e o ómega” do organismo do MAI que dirigia, “como se lá tivesse estado sozinho, tendo pessoas a seu cargo que seriam totalmente acéfalas”, o coletivo contrapôs que “não se trata de o arguido ser o alfa e ómega do que quer que seja, mas sim de ter praticado 34 crimes em dois anos, o que só por si já implica necessidades de prevenção especial elevadíssimas”.

O coletivo presidido pela desembargadora Cristina Isabel Henriques acusou João Alberto Correia de se ter aproveitado do cargo diretivo que tinha e agir como se a Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos (DGIE) “fosse a sua casa, sem cuidar de gerir bem os interesses e dinheiros públicos numa altura em que Portugal e os portugueses passavam por tantas dificuldades”, lembrando os cortes em ordenados e subsídios impostos pela troika.

“Acresce que o arguido não mostrou qualquer arrependimento, não colaborou na descoberta da verdade, e ainda praticou um crime de falsificação numa altura em que até já tinha saído da DGIE, mas ainda assim procurava auxiliar os amigos…”, aponta ainda a Relação de Lisboa.

João Alberto Correia, que esteve em prisão preventiva entre 30 de abril de 2014 e 30 de abril de 2015 e em prisão domiciliária com pulseira eletrónica 30 de abril de 2015 e 10 de março de 2016.

Em outubro de 2023, o tribunal, composto pelo coletivo de juízes Cláudia Melo Graça, Nuno Dias Costa e Helena Susano, considerou também que o antigo diretor-geral do MAI apresentava um “património incongruente” de mais de 432 mil euros, declarado no acórdão como perdido a favor do Estado.

Foram também condenados vários dos restantes arguidos acusados neste processo relacionado com crimes económico-financeiros.

Em causa neste processo está a acusação de que o ex-diretor das Infraestruturas da Administração Interna adjudicou por ajuste direto obras públicas a empresas de pessoas do seu círculo de amizade pessoal e profissional, violando normas e procedimentos legais e desrespeitando a legislação sobre contratação pública.

João Alberto Correia chegou à DGIE do MAI em 2011 e, segundo o Ministério Público, durante três anos teria arrecadado, para si e para um grupo alargado de amigos e outras pessoas milhares de euros de dinheiros públicos.

Segundo a acusação, através da atribuição de contratos, João Alberto Correia terá, durante o período em que exerceu funções na DGIE, adjudicado obras no valor de 5,9 milhões de euros.

Últimas do País

Assim, Porto, Braga e Viana do Castelo vão estar sob aviso amarelo, entre as 18h00 e as 21h00 de hoje devido à previsão de precipitação, por vezes forte, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Seis pessoas morreram no despiste de um veículo ligeiro, na madrugada deste domingo, na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, que se incendiou após o embate. As vítimas serão jovens com idades entre os 18 e os 20 anos, avança a RTP.
Um pequeno incêndio deflagrou, na manhã de sábado, na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, obrigando à transferência de dois doentes para outras unidades de saúde.
Os proprietários de imóveis com um IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) superior a 100 euros têm até hoje para pagar a última prestação deste imposto.
O preço da farinha e do açúcar tem vindo a baixar desde o início do ano, mas o valor dos ovos deverá encarecer os doces de Natal, ao registar, desde o início do ano, um aumento de quase 32%.
Cerca de 20% das 2.331 vagas abertas para os novos médicos escolherem a especialidade ficaram por preencher, anunciou hoje a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), alertando para a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em fixar esses profissionais.
O Banco Alimentar Contra a Fome (BA) começa hoje uma nova campanha de recolha de alimentos, em 2 mil lojas e com a ajuda de mais de 41 mil voluntários, apelando “à partilha de alimentos com quem mais precisa”.
A TAP está a atualizar o ‘software’ de controle de voo dos seus aviões A320, após problemas detetados pela Airbus, mas com “impacto reduzido” na operação e sem necessidade de cancelamentos, avançou hoje à Lusa fonte oficial da companhia.
O médico Miguel Alpalhão, que recebeu mais de 700 mil euros em três anos de cirurgias adicionais no Hospital de Santa Maria (Lisboa), foi suspenso de funções com perda total de vencimento.
Os maiores aumentos registaram-se entre mulheres asiáticas, sobretudo oriundas do Bangladesh, que ocupou o segundo lugar no número de episódios nos dois anos analisados.