CHEGA garante “pragmatismo e responsabilidade” na Defesa e pede maior autonomia europeia

O Presidente do CHEGA, André Ventura, assegurou hoje que o Governo pode contar com o "pragmatismo e responsabilidade" do seu partido em matérias de Defesa e defendeu uma maior autonomia da União Europeia nesta matéria.

© Folha Nacional

“Nesta matéria [o Governo] contará com o CHEGA para pragmatismo, responsabilidade e decisão o mais rápido possível, porque esta é uma área que obriga e implica a ação rápida da parte do Governo de Portugal, visto que estamos muito atrasados em relação àquilo que devíamos ter feito”, considerou André Ventura, em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

O líder do CHEGA falava após uma reunião de cerca de uma hora com Luís Montenegro convocada pelo executivo, também com o PS, a propósito da cimeira da NATO que vai decorrer na próxima semana na cidade de Haia, Países Baixos.

Ventura rejeitou fazer “jogo político” ou “confronto” com a área da Defesa e escusou-se a partilhar detalhes do plano que o Governo diz ter para atingir os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares já este ano, objetivo incluído no programa do executivo e que inicialmente estava previsto para 2029.

“Concordei genericamente com o que disse o primeiro-ministro nesta matéria, acho que estamos de acordo em relação às metas que é preciso alcançar. É evidente que estamos ainda a falar de uma conversa preliminar, tanto quanto percebi também, nem em termos orçamentais, nem em termos de investimento estrutural, este plano está completamente definido, porém há a vontade de fazer, de alcançar essas metas”, adiantou.

Interrogado sobre se é possível para Portugal atingir a meta dos 5% do PIB em despesas militares, que será proposta aos aliados na cimeira da NATO na próxima semana, e que tem sido defendida pela administração Trump, Ventura considerou que Portugal não tem atualmente condições para chegar a esse patamar de investimento.

“Neste momento 5% é impraticável em Portugal, para sermos honestos. Portanto, nós temos que ser realistas, quem disser que o fará de um dia para o outro, não o fará. Porém, temos que compreender que estamos num contexto de guerra regional, local e com impacto internacional, e provavelmente vamos ter que ir alargando progressivamente estas metas”, salientou, rejeitando que esteja em causa uma meta imposta por uma determinada administração.

Na ótica de Ventura, “há muito tempo que a Europa devia ter assumido a sua própria indústria e o seu próprio mercado interno de Defesa”.

“Se os europeus puderem produzir, vender, comprar e aplicar, para que é que estamos a recorrer aos norte-americanos ou aos chineses se podemos ter indústria própria? Não tem a ver com o Presidente Donald Trump necessariamente, tem a ver com que a Europa deve ser autónoma nesta matéria”, advogou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reiterou hoje que o reforço do investimento em Defesa não afetará o equilíbrio das contas públicas nem as despesas sociais e manifestou abertura aos contributos da oposição, em especial dos maiores grupos parlamentares.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar a lei dos estrangeiros “não é compreensível” e traduz “um espírito de esquerda que se apoderou das instituições”.
O Ministério Público instaurou um inquérito-crime a André Ventura e Rita Matias por declarações feitas no Parlamento. Trata-se de algo inédito na democracia portuguesa, uma vez que, de acordo com o jornal Público, não há registo de investigações criminais motivadas por intervenções realizadas em plenário.
O líder do CHEGA disse esta quarta-feira respeitar a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público e manifestou-se convicto de que será arquivado, por considerar que se trata de uma questão de "liberdade política".
O CHEGA quer que os agentes da polícia possam utilizar armas de fogo em caso de agressão por suspeitos de crimes cometidos com violência, e não apenas perante perigo de morte ou ofensa grave à integridade física.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros declarou hoje à Lusa estar a acompanhar a detenção do ex-deputado de Macau e cidadão português Au Kam San, suspeito de violação da lei relativa à defesa da segurança do Estado.
O CHEGA vai propor uma reforma da Justiça no início de setembro, alegando a necessidade de garantir a eficácia do sistema judicial e a sua independência do poder político, anunciou o presidente do partido.
Desde janeiro de 2025, a Polícia Municipal do Porto aumentou significativamente o número de multas. O CHEGA chegou a propor a proibição destes radares, defendendo que só a PSP deve fiscalizar velocidades.
Chamas devoram aldeias, cortam estradas e deixam populações em pânico. O CHEGA acusa o Governo de “incompetência criminosa” e exige estado de emergência nacional.
O político angolano Lindo Bernardo Tito ameaçou André Ventura, Presidente do partido CHEGA, durante a sua participação no programa Revista Zimbo, transmitido pela TV ZIMBO, afirmando: “Ele que não sonhe passar por cá”, em referência ao líder do CHEGA.
Paulo Lopes (PS), ainda presidente da Junta de Freguesia de Santa Marinha e São Pedro da Afurada, em Vila Nova de Gaia, está a ser alvo de uma denúncia apresentada ao Ministério Público, à Inspeção-Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas. Em causa está a utilização indevida de 112 mil euros provenientes de protocolos celebrados com a Câmara Municipal de Gaia.