Porque a RTP, SIC e TVI odeiam o Partido Chega

Os três principais grupos de media portugueses — RTP, Impresa (SIC) e Media Capital (TVI) — partilham um contexto financeiro e estratégico que ajuda a perceber o tom crítico e muitas vezes virulento com que abordam o Partido Chega. Esta atitude não resulta apenas de alinhamentos editoriais ou ideológicos, mas também de fatores económicos e da natureza dos seus modelos de negócio, muito pressionados por riscos e dependências estruturais.
A RTP apresenta lucro líquido 2023: +2,5 M€, receitas: 235 M€, dos quais ~190 M€ vêm da contribuição audiovisual paga pelos cidadãos. Tem uma dívida: 71,7 M€, em queda, mas com forte dependência do Estado para manter equilíbrio. A RTP está num regime especial em que, por decisão política, perderá a receita publicitária até 2027, reforçando a sua total dependência do orçamento público. Isto é, do Governo.
A Impresa (SIC), que tem a situação mais grave e em risco de declarar falência, tem um prejuízo líquido 2024: –66,2 M€ (–5,5 M€ ajustado), receitas: 182,3 M€ (+0,2%), e dívida líquida: 130,9 M€ (+13%). A Impresa atravessa uma crise muito profunda, com prejuízos muito pesados e dívida insustentável.
A Media Capital (TVI) tem lucro líquido 2023: +0,32 M€ (+1,5 M€ ajustado, Receitas: 150,8 M€ e dívida líquida: 20,4 M€. Apesar de estar melhor do que a Impresa, a TVI depende fortemente da publicidade (quase 100 M€ em 2023).
Um partido como o Chega, que contesta abertamente o modelo de serviço público e defende cortes na contribuição audiovisual, representa uma ameaça ao modelo de financiamento da estação. Naturalmente, a RTP tende a tratar com maior desconfiança quem defende a sua reformulação ou redução de recursos. A SIC e TVI dependem de grandes marcas (banca, telecomunicações, grande consumo) que têm códigos éticos e responsabilidade social que desincentivam qualquer associação, ainda que indireta, a discursos populistas ou radicais. Isso cria um incentivo para os canais assumirem um tom editorial que se distancia do Chega e o apresenta como força de risco ou desestabilizadora.
A subida do Chega, e o potencial de rutura com o status quo que isso representa, é vista como uma ameaça a essa estabilidade — o que se reflete na linha editorial. Como o claro leitor já entendeu existe uma pressão interna do próprio staff e da comunidade jornalística dado que os media têm redações em que predomina uma visão profundamente de Esquerda Radical (Bloco de Esquerda e Livre), que tende a encarar com desconfiança forças políticas que contestam a agenda estabelecida em temas como imigração, multiculturalismo ou integração europeia. Esse clima interno radical reforça a linha editorial crítica.
Amigos, a estúpida hostilidade dos grupos televisivos ao Chega não pode ser explicada apenas pela ideologia dos jornalistas ou direções de informação. Há um forte racional económico como 1) O receio de perder anunciantes e apoios institucionais 2) A necessidade de manter o apoio dos bancos e investidores 3) A dependência do Estado, no caso da RTP e 4) A lógica de preservação de um modelo de negócio que se sente ameaçado por discursos de rutura.
Em suma, enquanto os grupos privados e públicos enfrentarem dívidas pesadas, receitas frágeis e forte dependência de patrocinadores e do Estado, é natural que demonstrem resistência editorial a forças políticas que representam risco ao equilíbrio desses mesmos interesses. Resultado disto temos a pressão das direções de informação, onde todos nós sabemos quem eles são, que ofendem, insultam e, pasme-se, a discutem/debatem com debutados do Partido Chega, em direto e ao vivo. Mas tudo isto não é mais do que os ditos jornalistas (nem sei como ainda se auto intitulam de jornalistas) a lutarem pelo seu “sustento”, nem que para isso tenham que “dobrar” a sua já muito flexível espinha dorsal. Percebo isso. Todos temos de comer. Mas já não aceito a ofensa gratuita e o desrespeito.
Jornalismo é, ainda, informar de forma verdadeira e honesta. Shame on you.

Artigos do mesmo autor

O CHEGA, com a crescente implantação no território nacional e a possibilidade real de conquistar Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia nas próximas eleições autárquicas, encontra-se numa posição privilegiada para impulsionar uma verdadeira agenda de desenvolvimento para o Interior de Portugal. Durante décadas, este território foi votado ao abandono por políticas centralistas, incoerentes e desajustadas […]

O Reino Unido está a viver um dos seus momentos políticos mais marcantes dos últimos anos. A ascensão do Reform UK, partido fundado por Nigel Farage, está a reconfigurar o cenário político britânico, desafiando a hegemonia do Partido Conservador e do Partido Trabalhista (Labour). Esta mudança não é isolada, mas sim parte de uma tendência […]

Portugal atravessa um momento crítico. Num tempo em que os portugueses enfrentam dificuldades reais — salários baixos, habitação inacessível, serviços públicos saturados, insegurança crescente — o Governo insiste em abrir as portas da nossa Nação a uma imigração massiva, desregulada e sem critérios. A recente assinatura do protocolo “Via Verde para a Imigração” é mais […]

O Partido CHEGA apresenta uma visão inovadora e necessária para a Educação em Portugal, baseada na disciplina, no mérito e no apoio efetivo aos alunos. Acreditamos que o sistema educativo deve ser um pilar forte e estruturante da sociedade, promovendo não só o conhecimento, mas também valores como o respeito, a responsabilidade e a resiliência. […]

Elon Musk apoia André Ventura pois existem fortes pontos de conexão entre os interesses ou ideologias de ambos. Aqui estão algumas ideias que poderiam ser usadas para desenvolver tal argumento, considerando os perfis públicos de Musk e Ventura: Alinhamento com a Liberdade de Expressão Elon Musk tem se posicionado como defensor da liberdade de expressão, […]