Segundo a agência de notícias oficial saudita, a SPA, quatro somalis e três etíopes foram executados no sábado na região sul de Najran “por contrabandearem haxixe para o reino”, enquanto um saudita foi executado pelo homicídio da mãe.
Desde o início de 2025, a Arábia Saudita já executou 230 pessoas, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP) baseada em dados oficiais.
Deste total, 154 foram por condenações relacionadas com drogas.
Em 2024, o reino realizou 338 execuções, um recorde que corre o risco de ser novamente ultrapassado este ano.
Os analistas atribuem este aumento à “guerra contra a droga” lançada pela Arábia Saudita em 2023, sendo que os processos judiciais contra os reclusos estão agora quase concluídos.
A Arábia Saudita retomou as execuções por crimes relacionados com drogas no final de 2022, depois de suspender a pena de morte relacionados com este tipo de crime durante cerca de três anos.
O país executou 19 pessoas em 2022, duas em 2023 e 117 em 2024 por crimes relacionados com drogas.
Os defensores dos direitos humanos afirmam que a manutenção da pena de morte prejudica a imagem de tolerância e modernidade que o reino procura projetar, mas as autoridades sauditas sustentam que a pena de morte é necessária para manter a ordem pública e só é aplicada após serem esgotados todos os recursos.
No relatório anual da organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, lançado em abril, referia-se que o número de execuções pelos Estados que têm pena de morte atingiu, em 2024, o nível mais alto da última década, com 1.518 pessoas executadas, a maioria no Irão, Iraque e Arábia Saudita.
Com base nos dados confirmados pela organização, o Irão, o Iraque e a Arábia Saudita foram responsáveis por 91% das execuções por pena de morte, tendo-se registado um aumento das execuções relacionadas com acusações ligadas ao mundo da droga, em violação dos direitos humanos.