Por que razão decidiu candidatar-se à Câmara Municipal de Portalegre?
A minha ligação a esta terra vem de longe e é profundamente emocional. A minha família está ligada ao Alto Alentejo há gerações e cresci a sentir esta região como parte de quem sou. Quando olho para Portalegre e vejo o concelho a perder população, a envelhecer e a ficar sem jovens, não consigo ficar indiferente. Portalegre tem tudo para ser uma cidade viva e próspera. Candidato-me porque acredito que é possível quebrar este ciclo de declínio e devolver esperança às pessoas. Quero que quem aqui nasce e cresce tenha motivos para ficar, para investir, para criar família. O meu compromisso é trabalhar com determinação para que Portalegre volte a ser um lugar onde dá gosto viver.
Quais são, na sua opinião, os principais problemas que a cidade enfrenta neste momento?
O maior problema de Portalegre é estar preso a um círculo vicioso e autofágico: sem empresas, não há empregos; sem empregos, os jovens partem em busca de oportunidades; quando eles partem, a população envelhece e a cidade perde vitalidade. Esta perda de pessoas desmotiva novos negócios a fixarem-se aqui, porque não existem consumidores nem mão-de-obra. É um círculo que se alimenta a si próprio e que precisa de ser quebrado de forma decisiva.
Outro desafio fundamental é a segurança. Nos últimos anos, assistimos a um aumento preocupante da criminalidade violenta no distrito. Sem segurança, não existe verdadeira liberdade nem qualidade de vida. É responsabilidade da autarquia criar condições para que os portalegrenses se sintam protegidos e confiantes no seu dia a dia.
E há ainda a necessidade de uma gestão municipal moderna e transparente. O dinheiro que a Câmara administra não lhe pertence, pertence aos contribuintes. Cada euro tem de ser utilizado com rigor e responsabilidade, sempre ao serviço da comunidade.
Não queremos continuar pelo caminho seguido nos últimos anos, que tem levado à perda de população, de dinamismo e de esperança. É tempo de romper com esse passado e escolher, com coragem e determinação, um novo rumo para o futuro de Portalegre.
E que soluções propõe para enfrentar esses problemas?
As nossas propostas assentam em quatro pilares: segurança, habitação e fixação de famílias, economia e emprego, e identidade cultural.
Na segurança, queremos instalar um Sistema de Videovigilância em zonas estratégicas e criar, de forma faseada, uma Polícia Municipal. O objetivo não é apenas combater o crime, mas também preveni-lo.
Para fixar famílias e jovens temos de lhes dar perspetivas de futuro. Isso passa por garantir habitação através da reabilitação de fogos devolutos, mas também por medidas que incentivem a natalidade e apoiem quem decide criar família em Portalegre.
No plano económico, Portalegre precisa de se tornar atraente para empresas. Vamos criar um Parque Industrial moderno e lançar incentivos à fixação de negócios, simplificando processos e mostrando que o município está do lado de quem quer empreender e gerar emprego.
Sem empresas não há empregos, e sem empregos não há jovens nem famílias, romper este ciclo é a nossa prioridade.
Por fim, a identidade cultural e patrimonial. A Fábrica Robinson é muito mais do que um edifício degradado: é um símbolo de um passado industrial dinâmico e próspero, que marcou a história de Portalegre. Queremos estabilizar as suas chaminés e trabalhar com a comunidade para lhe devolver significado e utilidade, transformando-a num motivo de orgulho coletivo.
Que papel tem a transparência na sua visão para a autarquia?
A transparência é a base de qualquer boa gestão pública. O dinheiro que a autarquia gere pertence aos contribuintes, não à Câmara. É fundamental que os cidadãos saibam exatamente como são usados os seus recursos.
Por isso, defendemos a realização de uma auditoria independente às contas do Município, das empresas municipalizadas e à Fundação Robinson, com publicação integral dos resultados num Portal da Transparência acessível a todos.
Não se trata de uma caça às bruxas, não é isso que pretendemos, mas sim a criação de uma base sólida de confiança, a partir da qual podemos construir o futuro. Quando existe clareza, todos os portalegrenses podem sentir-se parte das decisões e confiar na gestão pública.
O seu slogan é “Portalegre é Maior”. O que quer transmitir com esta mensagem?
“Portalegre é Maior” não é uma ideia saudosista, nem um desejo de voltar a um passado que já não existe. Não estamos à espera que D. Sebastião regresse de Alcácer-Quibir num dia de nevoeiro.
É uma visão de futuro, assente na ambição de tornar Portalegre maior na qualidade de vida, na segurança, na economia e na cultura.
Queremos mostrar que Portalegre não tem de se resignar à perda de população e de relevância, não é uma inevitabilidade, pode voltar a ser uma cidade vibrante, moderna e competitiva, capaz de se afirmar no Alentejo e no país.
Que mensagem final deixa aos eleitores?
Peço aos portalegrenses que acreditem que a mudança é possível. Durante demasiado tempo, ouvimos dizer que o declínio era inevitável, que nada podia ser feito. Não aceito essa ideia.
Com rigor, trabalho sério e uma visão clara, podemos inverter este ciclo e devolver a Portalegre o dinamismo que merece.
No dia 12 de outubro, peço a confiança de todos para que, juntos, possamos provar que Portalegre pode, e deve, ser maior.
Candidatos:
Alter do Chão Jorge Gato 43 Empresário
Arronches Mário Rui Calvinho 66 Gestor Reformado
Avis Francisco Proença 72 Reformado
Campo Maior Cristina Mouril 59 Técnica Administrativa Sénior
Castelo de Vide José Patacas 52 Reformado
Crato Joaquim Baptista 57 Empresário
Elvas José Malhado 61 Consultor de vendas
Fronteira Pedro Lancha 36 Promotor de Vendas
Gavião Artur Mouzinho Semedo 71 Reformado
Marvão Carla Silvestre 48 Empresária
Monforte David Romão 49 Técnico Comercial
Nisa João Paulo Cavaco 47 Empresário Agrícola
Ponte de Sor Luís Homem Gonçalves 42 Gestor
Portalegre João Lopes Aleixo 53 Gestor/Deputado
Sousel José Guilherme Silva 63 Empresário