No dia em que se assinala um ano da entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde, no valor de 20 euros mensais, o Ministério das Infraestruturas considerou, em comunicado, que estes números comprovam que a criação de um “produto flexível, acessível e acima de tudo digital” é uma “receita de sucesso”.
Segundo a CP – Comboios de Portugal, também em comunicado, em setembro foram comercializadas mais de 67 mil assinaturas, valor mensal ‘recorde’, e, num ano foram efetuadas quase 2,2 milhões de reservas nos comboios Intercidades, com cerca de 28% dos passes a serem adquiridos por novos clientes.
Adicionalmente, apontou a transportadora ferroviária, os dados revelam que cerca de metade dos passageiros que viajam com Passe Ferroviário Verde utilizaram mais do que um serviço.
“Estamos a alcançar com sucesso o objetivo de trazer mais pessoas para os transportes públicos no desígnio de assim também atingirmos as metas da descarbonização”, realçou o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
Quando a medida foi anunciada, o Governo avançou que a CP iria ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pela perda de receita com a entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde.
A Comissão de Trabalhadores da CP considerou, em 08 de outubro de 2024, que a compensação prevista pelo Governo para a empresa é insuficiente, uma afirmação que levou a “surpresa e repúdio” por parte do presidente da CP, Pedro Moreira, afirmando que esse valor foi calculado com rigor pela empresa.
Já este ano, em 14 de abril, num almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa, o ministro das Infraestruturas disse que, a manter-se a tendência de aumento de receitas dos primeiros dois meses do ano, a CP não vai precisar de qualquer compensação pelo passe.
O Passe Ferroviário Verde veio substituir o ferroviário nacional e permite viagens em comboios regionais, interregionais (2.ª classe), urbanos de Lisboa e Porto (fora das áreas cobertas pelos passes intermodais metropolitanos), urbanos de Coimbra e intercidades (2.ª classe, com reserva de lugar obrigatória e antecipada).