O último filme de Harrison Ford como Indiana Jones, que estreia a 29 de junho nos cinemas portugueses, “é um esplêndido adeus” ao personagem que acompanhou o ator durante 42 anos, disse o veterano da indústria numa conferência em Los Angeles.
“Sempre quis finalizar esta história mostrando-o no final da sua carreira e até da sua vida”, afirmou Harrison Ford, na conferência de lançamento de “Indiana Jones e o Marcador do Destino”.
“Tínhamos um excelente guião e esse foi o encorajamento para continuar com o projeto”, disse o ator, agora com 80 anos. “Não houve barreiras para contar mais um capítulo desta história. Foi algo que ambicionei”.
Escrito por Jezz Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp e James Mangold, que também realizou, o argumento situa o aventureiro Indiana Jones quinze anos depois do quarto filme numa fase descendente da carreira e da vida.
“Ele envelheceu e encontramo-lo no dia da sua reforma da vida académica, que não foi inspiradora para ele”, descreveu Harrison Ford. “Estamos a vê-lo num ponto baixo como nunca tínhamos visto”, sublinhou. “A sua fraqueza é a devastação do tempo”.
É nesse momento mau que surge Helena Shaw (interpretada por Phoebe Waller-Bridge) para virar ao contrário a vida de Indiana Jones. A sagacidade impetuosa da jovem mulher, “que não pensa antes de saltar”, segundo descreveu a atriz, proporciona uma dinâmica improvável com o desgastado arqueólogo Indiana Jones.
O filme tem todos os condimentos da saga, com cenas vertiginosas de perseguição e salvamentos no último segundo, e um vilão nazi que sonha em trazer de volta o terceiro Reich, Jürgen Voller (encarnado por Mads Mikkelsen.
“Sinto que é bom por causa da forma deste adeus”, referiu Harrison Ford. “Sinto que fizemos um filme muito satisfatório para a audiência”, continuou, caracterizando a história como “interessante” nesta última grande viagem de Indiana Jones.
“Tendo em conta as pessoas que envolvemos e a natureza da história que Jim [Mangold] criou para nós, é um esplêndido adeus”, afirmou Ford.
Para Mangold, realizar este filme foi a concretização de um sonho, “uma oportunidade gloriosa” dada a alguém que cresceu a ver as primeiras aventuras da saga.
O realizador queria fazer mais que um filme de ação com um grande orçamento. “O maior desafio foi garantir que o filme tinha coração e que estas pessoas incríveis tinham espaço para trazer humanidade para um filme de grande escala”, disse.
“Podemos fazer as duas coisas? Ter espetáculo e aventura e também as excentricidades e contradições da condição humana?”, continuou. Na sua visão, isso foi conseguido e este quinto título da saga “parece algo que não vimos anteriormente”.
Mangold endereçou a questão óbvia da idade de Harrison Ford, que já não é o jovem arqueólogo destemido que apareceu nos grandes ecrãs como “Indy” em 1981.
“Temos uma estrela de setenta e tal anos e não podemos negar a realidade. Ele está mais velho”, afirmou.
“Como é ser alguém que teve uma vida tão dinâmica, que viu e conquistou tanto e sobreviveu adversidades, e depois desce até à normalidade e o mundo avança, e essas aventuras já não se apresentam?”, estabeleceu Mangold como ponto de partida.
“Estas questões podem soar impiedosas, mas são o primeiro capítulo numa história sobre um homem que embarca numa última jornada”.
“Indiana Jones e o Marcador do Destino” estreia quinta-feira, 29 de junho, nos cinemas. É uma produção da Walt Disney Studios Motion Pictures.