Os serviços secretos chineses estão a interferir de “forma prolífica e agressiva” com o Reino Unido, constituindo um “desafio” para os serviços secretos britânicos, alerta um relatório de uma comissão parlamentar publicado hoje.
“O aparelho de informações estatal da China, quase certamente o maior do mundo, com centenas de milhares de funcionários públicos dos serviços de informações, segue o Reino Unido e os seus interesses de forma prolífica e agressiva, o que constitui um desafio”, sublinha o documento da Comissão de Inteligência e Segurança da Câmara dos Comuns.
O relatório dedicado à China, que examina o trabalho dos serviços secretos britânicos, critica a resposta de Londres à ameaça chinesa, questionando o equilíbrio entre o interesse económico e as preocupações de segurança.
O Reino Unido, acrescenta, tem “um interesse significativo para a China em termos de espionagem e interferência”, afirmam os deputados.
A China conseguiu “penetrar com êxito em todos os setores da economia do Reino Unido” e “não é difícil detetar” a interferência do governo chinês em vários setores no Reino Unido , desde as universidades à energia nuclear.
Muitas universidades britânicas têm ligações com instituições chinesas e um número crescente de jovens chineses estuda em instituições académicas do Reino Unido, incluindo liceus privados.
O relatório critica o governo por não ter “recursos, competências ou conhecimentos necessários sobre a ameaça para contrariar a estratégia da China” e insta o Executivo a “adotar um ciclo de planeamento a mais longo prazo no que respeita à segurança”.