“Queremos passar uma simples mensagem ao senhor primeiro-ministro e ao senhor ministro da Educação: que as escolas vão continuar em luta e não vão desistir”, afirmou Joaquim Sampaio, professor na Escola D. Sancho I, em Famalicão (Braga), que encabeçou o protesto.
Aos jornalistas, Joaquim Sampaio afirmou que “a Educação, nos últimos anos, tem sido maltratada”.
“Os professores estão cansados da pressão que se vive nas escolas, do trabalho que temos, da burocracia que temos, que não nos deixa fazer aquilo de que gostamos, que é estar com os nossos alunos”, acrescentou.
Os professores foram afastados da entrada principal do antigo liceu, tendo sido criado um perímetro de segurança pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
O protesto, que foi organizado por um movimento de professores da região Norte, contou com a presença do líder do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop), André Pestana, e do secretário-geral adjunto da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Francisco Gonçalves.
À chegada ao estabelecimento de ensino, os dois governantes evitaram os professores, entrando diretamente na escola, que reabre portas na sexta-feira depois de obras de requalificação que duraram mais de três anos e custaram mais de 14 milhões de euros.
“Uma vergonha, vocês são uma vergonha”, gritavam os docentes.
As escolas têm até sexta-feira para dar oficialmente início ao ano letivo, mas a escassez de professores volta a ensombrar o regresso às aulas, ao deixar milhares de alunos sem docente a pelo menos uma disciplina.
A escassez de professores poderá não ser, no entanto, o único fator a deixar os alunos sem aulas, prevendo-se que o ano letivo arranque da mesma forma que terminou o anterior, com a forte contestação dos profissionais das escolas.