Bruxelas propõe prorrogar em 2024 teto ao preço do gás importado

A Comissão Europeia propôs hoje prorrogar, após fevereiro de 2024, o limite máximo aplicado ao preço do gás importado, de 180 euros por Megawatt-hora, por considerar que “o mercado continua frágil”, querendo ainda estender outras medidas de emergência.

©D.R.

Em comunicado hoje divulgado, o executivo comunitário dá então conta da proposta feita ao Conselho da UE (estrutura na qual estão representados os Estados-membros) sobre a prorrogação, por 12 meses, de “várias medidas de emergência da UE introduzidas no ano passado para fazer face à crise energética”, uma das quais referente ao mecanismo de correção do mercado, criado para responder aos preços excessivamente elevados registados e que deveria expirar a 01 de fevereiro de 2024.

Embora o mecanismo nunca tenha sido acionado (sendo que, para tal, são necessários máximos durante três dias), Bruxelas justifica que “o mercado continua frágil e registou uma série de episódios de volatilidade significativa nos últimos messes”, numa alusão às tensões geopolíticas causadas pelo conflito no Médio Oriente, além das relacionadas com a invasão russa da Ucrânia.

Por essa razão, “a Comissão considera que a continuação das medidas constitui uma salvaguarda adicional necessária para o próximo ano”, salienta a instituição.

Depois de variações de preço do gás logo a seguir ao início do conflito no Médio Oriente, no início de outubro, os valores têm estado estáveis, mas teme-se que um conflito mais generalizado na região possa colocar em risco os fluxos de gás natural liquefeito (GNL) e tais preocupações podem levar à instabilidade do mercado.

“Embora a UE se encontre este ano numa posição muito melhor e os instrumentos de gestão da crise se tenham revelado eficazes para acalmar os mercados e assegurar a estabilidade do aprovisionamento, a prorrogação por mais 12 meses constituirá uma salvaguarda adicional, uma vez que os mercados mundiais da energia continuam a ser muito restritivos”, indica a Comissão Europeia no comunicado.

O mecanismo de correção do mercado, aplicável às transações nas plataformas virtuais de comércio de gás na UE, entrou em vigor em fevereiro de 2023 passado e estava previsto que durasse um ano, até fevereiro de 2024.

Este instrumento foi criado após um pico sem precedentes nos preços do gás na UE registado em agosto de 2022, um aumento de 1000% em comparação com os preços das décadas anteriores.

Além deste, estão em causa outras medidas de emergência com o chamado regulamento de solidariedade, com disposições sobre a transparência do mercado de GNL e regras de cooperação por defeito em caso de escassez, e ainda com a aceleração do licenciamento de projetos de energias renováveis.

“Reforçar a resiliência do mercado, acelerando simultaneamente a transição para as energias limpas e garantindo a segurança do aprovisionamento energético, continua a ser uma das principais prioridades da Comissão, uma vez que a estação de aquecimento já começou na maior parte da Europa”, adianta Bruxelas na nota à imprensa.

As medidas em causa foram introduzidas devido à crise energética agravada pela guerra da Ucrânia no âmbito do artigo 122.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE, referente a solidariedade entre os Estados-membros perante dificuldades graves no aprovisionamento energético.

Bruxelas espera que a ‘luz verde’, que cabe agora ao Conselho por maioria qualificada, chegue até final do ano.

Últimas do Mundo

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu hoje que os governos têm de trabalhar para reduzir a dívida e reconstruir 'almofadas' para o próximo choque, numa altura em que se espera baixo crescimento económico.
O Papa Francisco pediu hoje respeito pelas forças de manutenção de paz das Nações Unidas no Líbano, após os recentes ataques israelitas de que foram alvo, e apelou uma vez mais a um cessar-fogo no Médio Oriente.
Analistas africanos contactados pela Lusa sublinham a rutura em curso no sistema internacional e a mudança nos equilíbrios de poder e influência globais, mas questionam a exequibilidade, e até o sentido, da reforma do Conselho de Segurança da ONU.
A NATO inicia na segunda-feira o seu exercício nuclear anual “Steadfast Noon”, manobras que vão durar duas semanas e nas quais participarão mais de 60 aviões e 2.000 soldados, sem que seja utilizado armamento real.
Mais um empresário foi raptado esta manhã no centro de Maputo, por homens armados, mas entretanto resgatado peças forças policiais, anunciou hoje a Policia da República de Moçambique (PRM) na capital moçambicana.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, avisou hoje que o furacão Milton poderá tornar-se a pior tempestade na Florida num século e pediu às autoridades para evacuarem as localidades deste estado.
O Ministério Público francês pediu penas de prisão até 15 anos contra 18 suspeitos, a maioria iraquianos-curdos, de pertencerem a uma das principais redes de contrabando de migrantes no Canal da Mancha.
O principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, Christian Brückner, foi hoje absolvido de vários crimes sexuais graves pelo Tribunal Regional de Braunschweig, na Alemanha, num julgamento não relacionado com o caso da criança desaparecida no Algarve.
A França expulsou o filho mais velho de Osama Bin Laden, que viveu durante anos na Normandia com a sua mulher, de nacionalidade britânica, por fazer apologia ao terrorismo, disseram hoje fontes oficiais.
O Tribunal Provincial de Madrid ordenou hoje ao juiz que delimitasse a investigação que dirige contra Begoña Gomez, mulher do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, por alegados crimes de tráfico de influências e corrupção.