Netanyahu diz que guerra é de “uma moralidade sem paralelo”

O primeiro-ministro de Israel defendeu hoje que a guerra conduzida pelo exército israelita na Faixa de Gaza é "de uma moralidade sem paralelo", reagindo às acusações de genocídio apresentadas pela África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça.

© Facebook Israel Reports

 

“Vamos continuar a nossa guerra defensiva, cuja justiça e moralidade são inigualáveis”, declarou Benjamim Netanyahu na abertura de uma reunião do seu Governo, frisando que o exército israelita está a agir “da forma mais moral possível” na Faixa de Gaza.

O exército “faz tudo para evitar ferir os civis, enquanto o Hamas faz tudo para os ferir e utiliza-os como escudos humanos”, criticou o primeiro-ministro.

O chefe de governo questionou países como a África do Sul, que “dão lições” a Israel, quando milhões de pessoas sofrem com outras guerras, como as da Síria e do Iémen.

“Tudo o que estão a fazer agora é fanfarronice, mentiras e vaidade”, criticou, reafirmando que Israel vai manter a guerra que lançou em outubro contra o grupo islâmico Hamas “com justiça e moralidade sem paralelo”.

Na sexta-feira, a África do Sul acusou formalmente Israel de crimes de genocídio no enclave palestiniano de Gaza junto do Tribunal Internacional de Justiça, o principal órgão judicial da ONU, em Haia.

Em comunicado, o Governo de Pretória adiantou que foi apresentado no Tribunal Internacional de Justiça um pedido para instaurar um processo contra Israel relativamente a alegadas violações das suas obrigações ao abrigo da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (a “Convenção do Genocídio”) em relação aos palestinianos na Faixa de Gaza.

“O Executivo ordenou que o Tribunal Internacional de Justiça em Haia fosse abordado para obter uma ordem exigindo a Israel, que também é um Estado membro, que se abstenha de quaisquer atos que possam constituir genocídio ou crimes relacionados sob a Convenção”, salientou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da África do Sul (DIRCO) no comunicado, a que a Lusa teve acesso.

“Um pedido a este respeito foi apresentado ao Tribunal em 29 de dezembro de 2023, no qual o Tribunal é solicitado a declarar com urgência que Israel está a violar as suas obrigações nos termos da Convenção do Genocídio, deve cessar imediatamente todos os atos e medidas em violação dessas obrigações e tomar uma série de ações relacionadas”, adiantou.

Pretória sublinhou que a África do Sul “está obrigada pelo tratado a prevenir a ocorrência de genocídio” na qualidade de signatária da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.

As operações militares israelitas na Faixa de Gaza causaram 21.822 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, desde o início da guerra, em 07 de outubro, segundo o governo do Hamas.

Os ataques foram lançados em retaliação a um ataque sem precedentes de comandos do Hamas que matou cerca de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, de acordo com os últimos dados oficiais israelitas.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje "uma vergonha" a Marcha do Orgulho Gay, que reuniu no sábado nas ruas de Budapeste dezenas de milhares de pessoas, apesar da proibição da polícia.
A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.
Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas temporariamente na Turquia devido a incêndios florestais que têm afetado as províncias de Esmirna, Manisa (oeste) e Hatay (sudeste), anunciou esta segunda-feira a Agência Turca de Gestão de Catástrofes (AFAD).
A Força Aérea polaca ativou todos os recursos disponíveis no sábado à noite durante o ataque russo ao território ucraniano, uma vez que a ofensiva russa afetou territórios próximos da fronteira com a Polónia.
O Papa Leão XIV pediu hoje orações pelo silêncio das armas e pelo trabalho pela paz através do diálogo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um ataque massivo da Rússia com 477 drones e 60 mísseis, na noite de sábado, causou a morte de um piloto da Força Aérea e seis feridos na cidade ucraniana Smila, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia.
A constante ligação aos ecrãs e a proliferação de métodos de comunicação estão a conduzir a dias de trabalho intermináveis com interrupções constantes, com graves consequências para a saúde mental e física, alertam especialistas e vários estudos recentes.
A associação de empresas de energia de Espanha (Aelec), que integram EDP, Endesa e Iberdrola, atribuiu hoje o apagão de abril à má gestão do operador da rede elétrica espanhola no controlo de flutuações e sobrecarga de tensão.
As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.
O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.