“A responsabilidade pela liberdade não recai apenas sobre os ombros dos que estão de uniforme”, afirmou Bauer no início de uma sessão de dois dias daquele órgão da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
“Precisamos que os atores públicos e privados mudem a mentalidade de uma era em que tudo era previsível, controlável, centrado na eficiência, para uma era em que tudo pode acontecer a qualquer momento”, sublinhou o almirante holandês.
Nesta reunião, os chefes de defesa da Aliança participam no primeiro Conselho NATO-Ucrânia realizado a este nível.
Para Bauer, a guerra de agressão russa na Ucrânia “nunca esteve relacionada com qualquer ameaça real à segurança da Rússia por parte da Ucrânia ou da NATO”.
“Esta guerra deve-se ao facto de a Rússia temer algo muito mais poderoso do que qualquer arma física existente no mundo: a democracia”, afirmou.
“Se os ucranianos puderem usufruir de direitos democráticos, não vai demorar muito para que os russos também os desejem. É isso que está em causa nesta guerra”, acrescentou.
O presidente do Comité Militar recordou que este ano “um número recorde de dois mil milhões de pessoas vai votar em eleições democráticas (a nível global) e, no entanto, o conceito de democracia tem de ser defendido mais do que nunca”.
Bauer referiu que “hoje é o dia 693 de uma guerra que a Rússia pensou ser de três dias”.
“A Ucrânia terá o nosso apoio durante todos os dias que se seguem. O resultado desta guerra vai determinar o destino do mundo”, afirmou.
Na sessão de hoje, os representantes dos aliados discutem também os novos planos de defesa e dissuasão adotados na cimeira de Vilnius, em julho do ano passada, que vão orientar as forças armadas durante as próximas décadas.
Estes planos incluem o aumento da prontidão das tropas, a construção e o desenvolvimento de capacidades, a adaptação das estruturas de comando e controlo da NATO, um melhor apoio logístico à mobilidade militar ou ao pré posicionamento de equipamento e mais exercícios e treinos de defesa coletiva.