A Tokyo Electric Power Company (TEPCO) disse que trabalhadores de Fukushima, no nordeste do Japão, detetaram a fuga pouco antes das 09:00 (23:00 de terça-feira em Lisboa), de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira.
De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, a fuga foi detetada num dispositivo usado para purificar e tratar águas residuais, numa altura em que o equipamento estava a ser limpo.
A TEPCO disse que a água contém cerca de 22 mil milhões de becquerels (unidade usada para medir a atividade radioativa), um valor mil vezes menor do que o usado em radioterapia no tratamento de cancro.
No entanto, a operadora de Fukushima estimou que podia conter até 220 vezes o nível máximo fixado pelas autoridades japonesas de materiais radioativos, como o césio-137 e estrôncio 90.
A operadora de Fukushima garantiu que a fuga, que terá durado cerca de 20 minutos, não teve repercussões no exterior da central.
Uma porta-voz da TEPCO disse à agência de notícias France-Presse que “não houve qualquer mudança significativa” nos dados de monitorização da radioatividade em volta da central.
A empresa isolou a área e recolheu a água, mas admitiu que parte poderá ter ido parar ao subsolo, que será também retirado e analisado.
Em agosto, Tóquio anunciou que ia começar a descarregar 1,3 milhões de metros cúbicos de águas residuais tratadas e diluídas de Fukushima no oceano Pacífico, no âmbito de um plano aprovado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), e que poderá continuar até 2050.
A água contém trítio a um nível que a AIEA considera ter um impacto negligenciável no ambiente e na saúde humana.
Três reatores da central nuclear de Fukushima Daiichi derreteram depois de um terramoto de magnitude 9,0 e de um tsunami, no dia 11 de março de 2011, libertando enormes quantidades de radiação na zona.