Antony Blinken defendeu os esforços de Washington e de outras democracias para garantir que esta tecnologia impulsione uma maior defesa dos direitos humanos.
O responsável norte-americano falava numa reunião ministerial sobre tecnologia na terceira Cimeira Anual da Democracia, durante a qual sublinhou o interesse global nas possibilidades geradas pela IA, sem deixar de alertar que se trata de “uma área chave onde a democracia está a ser testada”.
“Enquanto procuramos aproveitar o poder da IA e de outras tecnologias digitais para fins justos, alguns governos estão a abusar dessas mesmas tecnologias para fazer exatamente o contrário”, alertou o Secretário de Estado.
“Estão a utilizar ferramentas de inteligência artificial, como o reconhecimento facial ou ‘bots’, para vigiar os próprios cidadãos, para assediar jornalistas, defensores dos direitos humanos e dissidentes políticos, para espalhar desinformação e desinformação que prejudica eleições livres e justas ou coloca segmentos das nossas sociedades contra outros”, disse.
Blinken insistiu que os Estados Unidos estão “determinados a moldar as condições do futuro tecnológico de uma forma que seja inclusiva, que respeite os direitos e que defenda os valores e as instituições democráticas”.
O secretário de Estado norte-americano destacou a batalha de Washington contra a utilização de “spyware” e defendeu os esforços para estabelecer diretrizes para as empresas tecnológicas.
Neste sentido, anunciou que o Governo vai publicar, durante o dia, um guia, “o primeiro do género”, para fornecer às empresas tecnológicas “ferramentas para ajudar a prevenir, mitigar e obter justiça” em relação a ataques online enfrentados por defensores dos direitos humanos.
O responsável lembrou ainda que, desde 2023, os EUA financiam a utilização de ferramentas para contornar os mecanismos de bloqueio de informação – como os sistemas VPN – de governos autoritários através do Fundo de Aumento e Manutenção da Tecnologia Anti-censura.
Blinken destacou ainda vários projetos apoiados pela IA lançados este ano em países como o Quénia, o Chile e a Ucrânia, destinados a melhorar as instituições democráticas, a defesa dos direitos básicos e o controlo dos crimes de guerra.
O representante máximo da diplomacia norte-americana insistiu ainda que, dado o rápido avanço destas tecnologias, “o que for decidido agora e nas próximas semanas e meses determinará o futuro de gerações”, razão pela qual esta é uma tarefa urgente que requer um esforço conjunto.