Manifesto pede ao Governo alargamento da venda a granel à maioria dos produtos em 2025

A venda a granel em lojas com mais de 1.000 m2 e o alargamento deste método de comercialização à grande maioria dos produtos já em 2025 são algumas das propostas apresentadas ao Governo por um grupo de quatro entidades.

© D.R.

A Deco – Defesa do Consumidor, a associação ambientalista Zero, a loja Maria Granel e o Zero Waste Lab lançaram hoje, quando se celebra o dia mundial do ‘refill’ (reenchimento/reutilização), o “Manifesto pela flexibilização do granel”, dois dias após terem apresentado ao Governo uma proposta legislativa, com um conjunto de medidas para fazer desta prática uma regra.

“Aquilo que nós pretendemos com este manifesto e com a proposta legislativa que enviámos já ao Governo e aos grupos parlamentares é efetivamente flexibilizar e modernizar a venda a granel. Hoje em dia prevalecem ainda diversos alimentos como arroz, massas e farinhas, até o açúcar, azeite e mel, que não podem sem vendidos a granel ao consumidor”, afirmou a jurista da Deco Susana Correia, em declarações à Lusa.

Também em setores como o da cosmética e o dos produtos de limpeza existe ainda “pouca inovação e flexibilização”, o que impede os consumidores de ter acesso a opções que os signatários do manifesto defendem ser mais “sustentáveis, ecológicas e económicas”.

O objetivo é tornar a venda a granel regra já no próximo ano, pelo menos, em todas as lojas com mais de 1.000 metros quadrados (m2).

Para que tal aconteça, é proposta a criação de uma comissão encarregue de verificar a legislação do setor e se os produtos devem ou não manter restrições no que diz respeito à sua forma de comercialização.

Segundo a Deco, esta comissão deve ser coordenada pela Direção-Geral do Consumidor (DGC) e composta por representantes da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), bem como por elementos das áreas da saúde, ambiente, distribuição, retalho e embalamento.

A Deco, a Zero, a Maria Granel e o Zero Waste Lab defendem que, 90 dias após a entrada em vigor da proposta legislativa, esta comissão técnica deverá apresentar as conclusões do seu trabalho.

“O objetivo é que entre o maior leque possível de produtos, mas temos que manter um elevado nível de proteção dos consumidores. Queremos alertar para estas questões que, à data de hoje, não fazem sentido. Queremos que a legislação seja revista”, sublinhou a jurista.

Susana Correia notou que muitos consumidores ainda não estão conscientes dos recursos necessários para produzir novas embalagens, daí a necessidade do granel ser um exemplo nesta matéria, com alternativas reutilizáveis, como bancos de partilha de embalagens.

Da parte do Governo, os signatários do manifesto esperam que haja a aprovação da proposta legislativa, mas também defendem a necessidade de desenvolvimento de mais campanhas de sensibilização junto dos consumidores e operadores económicos.

Entre as propostas inscritas no documento está ainda a criação de uma plataforma eletrónica que agregue as lojas que já adotaram a venda a granel.

Últimas de Economia

O Banco Central Europeu (BCE) acredita que a adoção do euro digital vai levar à retirada de cinco em cada 10 euros físicos em circulação, segundo um relatório hoje divulgado.
O Governo italiano vai permitir que a oferta pública de aquisição (OPA) do Banco BPM pela UniCredit avance, desde que sejam cumpridas algumas condições, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira à noite.
Mais de uma em cada três empresas alemãs prevê reduzir o número de postos de trabalho em 2025, segundo um estudo do Instituto Alemão de Economia de Colónia (IW) em que se alerta para uma “crise profunda”.
A pesca da sardinha vai reabrir esta segunda-feira, com um limite de 34.406 toneladas para 2025, segundo um despacho hoje publicado em Diário da República.
O preço dos ovos na União Europeia (UE) subiu 6,7% em março, face ao mês homólogo, e 2,9% em Portugal, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
O Tribunal de Contas encontrou falhas no controlo efetuado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ao regime fiscal de que beneficiam os fundos de investimento imobiliário, segundo um relatório de auditoria hoje divulgado.
O setor da hotelaria tem boas expectativas para o fim de semana da Páscoa, antecipando uma ocupação de 73% e um preço médio de 161 euros, afirma a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
Grandes bancos portugueses têm restrições nos empréstimos à indústria de defesa, em especial de armamento, e alguns admitem vir a alterar no âmbito da mudança estratégica para rearmamento a nível da União Europeia (UE).
O número de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar a renda aumentou no primeiro trimestre 67% face ao mesmo período do ano passado, indica Deco, que recebeu mais de 300 solicitações até ao final de março.
A procura de crédito à habitação voltou a aumentar no primeiro trimestre deste ano, face aos últimos três meses de 2024, segundo o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal.